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22/Aug/2023

Preço do trigo recua nos mercados interno e externo

As cotações do trigo seguem em queda no Brasil. Além da desvalorização externa do cereal, a pressão sobre os preços domésticos vem da maior disponibilidade de trigo no País, diante do avanço da colheita e da demanda pontual. No mercado internacional, os valores do trigo estão pressionados, influenciados por indicações de maior volume exportado pela Rússia, mas mostraram reação na sexta-feira (18/08), especificamente, diante de correções técnicas e de preocupações com os conflitos no Leste Europeu. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra recuo de 4,39% no Paraná e de 0,20% em Santa Catarina, mas com alta de 0,15% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam queda de 2,54% em Santa Catarina, 1,98% no Paraná, 1,45% no Rio Grande do Sul e 0,44% em São Paulo.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 7 a 11 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 363,45 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,89, o cereal importado foi negociado a R$ 1.778,35 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.292,97 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 340,94 por tonelada, o equivalente a R$ 1.668,23 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.315,94 por tonelada na média para o Estado. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2023 do Soft Red Winter tem baixa de 2,2% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,13 por bushel (US$ 225,33 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula queda de 0,3% no mesmo período, para US$ 7,53 por bushel (US$ 276,86 por tonelada).

No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo registram recuo de 2,1% nos últimos sete dias, para US$ 323,00 por tonelada. Vale ressaltar que o valor da sexta-feira (18/08), foi o menor deste ano. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de agosto, o Brasil havia importado 126,76 mil toneladas de trigo, contra 536,22 mil toneladas em todo o mês de agosto de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 297,40 por tonelada FOB origem, 32,6% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 441,10 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 189 toneladas do cereal. Em agosto do ano passado, não houve registro de venda externa do cereal por parte do Brasil. Dados da SovEcon, informam que o volume exportado de trigo da Rússia na primeira quinzena de agosto já atingiu 5,4 milhões de toneladas, alta frente a 1 milhão no mesmo período em 2022. Para a Ucrânia, a estimativa aumentou para 19,2 milhões de toneladas a produção na temporada 2023/2024, contudo, foi mantido o volume exportado em 10 milhões de toneladas.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a exportação de trigo, na semana de 10 de agosto, somou 359,5 mil toneladas da temporada 2023/2024. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura de trigo foi finalizada no Brasil. A colheita avança em Goiás (70%), Minas Gerais (35%), Mato Grosso do Sul (12%) e São Paulo (2%), que representam cerca de 3,6% da oferta nacional. Nos Estados Unidos, o USDA aponta que, até o dia 13 de agosto, 92% das lavouras de trigo de inverno haviam sido colhidas, apenas 3% acima do mesmo período de 2022, e igual à média dos últimos cinco anos (2018-2022). Em relação à safra de primavera, 24% da área foi colhida até a mesma data. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a ausência de chuvas em algumas regiões está limitando o desenvolvimento e o crescimento do cereal. Em relação às condições hídricas, 68% estão ótimas/adequadas e 32%, regulares/secas nesta semana, piora na comparação com a semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.