14/Aug/2023
No Paraná, o início da colheita de trigo da safra nova, ainda em volumes pequenos, não está atraindo os moinhos para a negociação. A maior parte da indústria aguarda a entrada significativa do cereal no mercado e, com isso, a comercialização segue lenta nas principais regiões produtoras. Os negócios pontuais reportados destinam-se ao abastecimento imediato dos moinhos. Do lado da oferta, os produtores voltam a atenção para as lavouras em desenvolvimento da nova temporada. Com a baixa liquidez, os preços continuam estáveis.
No Paraná, na região dos Campos Gerais, para trigo remanescente, os moinhos indicam em torno de R$ 1.300,00 por tonelada FOB, para entrega em agosto ou setembro e pagamento em outubro e em média R$ 1.350,00 por tonelada CIF moinho em Ponta Grossa, nos mesmos prazos. O mercado é pontual. Foi colhido trigo no oeste e no norte do Estado, mas ainda é pouco volume. A maior parte dos compradores aguarda a safra nova. Os valores pagos pelo cereal se mantêm praticamente inalterados. Para trigo da safra nova, a indústria indica R$ 1.250,00 por tonelada no FOB e R$ 1.300,00 por tonelada CIF, para entrega em agosto ou setembro. Para entrega em outubro ou novembro, os compradores indicam entre R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00 por tonelada CIF.
Choveu bastante nos Campos Gerais, favorecendo as lavouras. Moinhos e produtores estão olhando o trigo que deve entrar e a chuva na lavoura. No Estado, a colheita do trigo ainda não alcançou 1% da área plantada, de 1,4 milhão de hectares, estima o Departamento de Agricultura e Abastecimento Rural do Paraná (Deral/Seab). Há indefinição para produção do Paraná. Todas as lavouras correm algum risco climático. O inverno tem sido atípico, com temperaturas acima da média. A ausência de geadas generalizadas no Estado até o momento é um ponto positivo, pois garantiu a perspectiva de que 17% das lavouras que estão em maturação devem ter uma produção boa. Porém, a produtividade dessas lavouras pode ter sido parcialmente afetada pelas altas temperaturas e pela incidência de brusone, o que levou ao registro das primeiras lavouras em condição ruim, estimadas 1% da área tritícola.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a comercialização de trigo no spot também é lenta. Os moinhos têm preferido adquirir o cereal do Paraná e, assim, a safra do Estado fica estagnada nos silos. Os moinhos do Rio Grande do Sul compraram pouco trigo local este ano. Quando produtores locais conseguem fazer negócio, os lotes são enviados para outros Estados, como São Paulo, Goiás e principalmente o Paraná. A maior parte do trigo do Rio Grande do Sul foi para o Paraná nesta safra; o restante foi para Goiás e São Paulo, principalmente. As indicações no spot do trigo giram em torno de R$ 1.230,00 a R$ 1.250,00 por tonelada CIF para o trigo tipo pão, com entrega imediata e pagamento em 30 dias. Os vendedores, entretanto, indicam entre R$ 1.450,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias.
Para o trigo branqueador, os compradores indicam R$ 1.380,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, mas os produtores pedem no mínimo entre R$ 1.700,00 e R$ 1.750,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Os produtores que têm trigo estão segurando o cereal no silo porque não vende nesses níveis de preço. Esses agentes devem continuar retendo a oferta por causa das perspectivas não muito animadoras para a próxima safra de trigo, principalmente para o trigo branqueador. Para o trigo da safra futura, os compradores indicam R$ 1.160,00 por tonelada CIF colocada no Porto de Rio Grande, para entrega em novembro de 2023 e pagamento no início de janeiro de 2024. Mas, os vendedores indicam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.350,00 por tonelada CIF. Os preços estão estáveis, tanto no spot quanto no futuro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.