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08/Aug/2023

Preços internos e externos do trigo sofrem recuos

As cotações externas e internas do trigo estão em queda. No cenário internacional, apesar da reação registrada na sexta-feira (04/08), após o avanço dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, o progresso da colheita nos Estados Unidos, as chuvas em regiões produtoras norte-americanas e o alto volume exportado pela Rússia resultam em baixa nos valores do cereal. No Brasil, além dos fatores externos, os preços são influenciados pela elevada disponibilidade de trigo no País, pela compra pontual por parte de moinhos e pela expectativa de boa safra neste ano. Além disso, a semeadura está na fase final. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2023 do Soft Red Winter registra baixa de expressivos 10,1% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,33 por bushel (US$ 232,59 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta baixa de 12,1%, para US$ 7,52 por bushel (US$ 276,50 por tonelada). Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) acumula baixa de 2,13% no Paraná e 0,98% em Santa Catarina, mas alta 0,25% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços têm baixa de 2,79% no Paraná, 2,28% em São Paulo, 1,46% no Rio Grande do Sul e 0,8% em Santa Catarina. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 24 a 28 de julho, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 361,11 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,73, o cereal importado foi negociado a R$ 1.709,80 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.345,64 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 338,64 por tonelada, o equivalente a R$ 1.603,46 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.316,11 por tonelada na média do Estado. No Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo registram avanço de 0,6% nos últimos sete dias, para US$ 330,00 por tonelada. De acordo com informações da Conab, 99,7% das lavouras de trigo do Brasil haviam sido semeadas até o dia 29 de julho, avanço de 1,8% em uma semana. A atividade falta ser finalizada apenas em Santa Catarina (93%). A colheita avança em Goiás (70%) e em Minas Gerais (13%), que representam cerca de 2,3% da oferta nacional. Segundo a Emater-RS, a semeadura do trigo no Rio Grande do Sul havia atingido 99% da área até o dia 3 de agosto, praticamente finalizada.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 30 de julho, 80% das lavouras norte-americanas de trigo de inverno haviam sido colhidas, apenas 1% abaixo do mesmo período de 2022 e dos 83% da média dos últimos cinco anos (2018-2022). Além disso, foi iniciada a colheita da safra de primavera, com 2% da área retirada até a mesma data. O USDA informou que a produção da safra 2023/2024 de trigo na Argentina deverá ser de 17 milhões de toneladas, alta de 5 milhões em comparação à temporada 2022/2023. Assim, o volume exportado também deverá aumentar, atingindo 12 milhões de toneladas, contra apenas 4,6 milhões de toneladas projetadas na temporada anterior.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 418,54 mil toneladas de trigo em julho/2023, alta de 31,8% em comparação com junho/2023, mas queda de 16,2% em relação a julho/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.387,00 por tonelada, baixas de 9,5% no mês e de 38,5% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,51 milhões de toneladas. Em julho, a Rússia forneceu 41% do trigo importado pelo Brasil, seguida por Argentina (25,94%), Estados Unidos (18,90%), Uruguai (6,45%), Paraguai (3,89%) e Canadá (3,82%). Do lado das exportações, o Brasil escoou apenas 1,27 toneladas de trigo em julho, abaixo do volume de junho/2023 (132,18 toneladas) e inferior ao de julho/2022 (805,12 toneladas). Em 12 meses (de agosto/2022 a julho/2023), os embarques somaram 2,7 milhões de toneladas, das quais 2,09 milhões de toneladas apenas neste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.