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26/Jul/2023

Grãos: potencial de alta nos preços deve ser limitado

Segundo o Commerzbank, mesmo com o provável aperto na oferta de grãos da Ucrânia, pelo fim do acordo de grãos, o potencial aumento nos preços deve ser limitado. Certamente os preços mais altos atualmente são justificados, embora qualquer potencial adicional de alta seja limitado. Entre os fatores que podem limitar os aumentos estão os aumentos nas exportações de Rússia, Argentina, União Europeia (UE) e Canadá, além das rotas alternativas para a exportação ucraniana e possível retorno da Rússia ao pacto do Mar Negro. A situação da oferta global dos grãos não deve se tornar tão dramática, já que a Rússia é um dos principais exportadores e está preparada para ocupar a “brecha” causadas pela eventual falta de produtos ucranianos. Além do possível recorde de exportações russas de trigo na temporada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que outros dos principais países produtores também aumentarão suas exportações, incluindo Argentina, União Europeia e Canadá.

No entanto, o USDA espera menores exportações globais do que na última temporada, em virtude das exportações da Austrália, que devem cair cerca de 30%. A falta de fornecimento da Ucrânia deve pesar mais no mercado de milho, já que a Ucrânia tem uma participação maior neste mercado. No entanto, o USDA acredita que o fornecimento de milho deve melhorar significativamente nesta temporada. A estimativa é de que ocorra aumento de 12% em relação à temporada anterior, impulsionada pelas exportações dos Estados Unidos e Argentina, embora a seca contínua no principal produtor, os Estados Unidos, represente um risco negativo. A Ucrânia pode explorar suas rotas alternativas para exportação em médio e longo prazo, o que poderia até levar a uma queda dos preços. Aparentemente, a Ucrânia aumentou os investimentos em portos fluviais.

Porém, ainda não está claro o quão rápido essas rotas podem ser expandidas. Em maio e junho, o transporte de grãos já era maior via o Rio Danúbio do que pelo Mar Negro, mas o baixo nível do rio e os recentes ataques russos em um terminal no local indicam que a Ucrânia não deve conseguir expandir suas opções de rotas no curto prazo. Além disso, há também a possibilidade de que a Rússia retorne ao acordo de grãos eventualmente. Atualmente, a Rússia enfrenta críticas internacionais porque a maior parte das exportações ucranianas acabou em países menos desenvolvidos (57% das exportações totais, de acordo com a ONU). A União Europeia e a China pressionadas também podem limitar as altas. A China é o principal comprador das exportações de grãos ucranianos via Mar Negro, enquanto a União Europeia pode ser cobrada a fazer sua parte para retomar o acordo, permitindo que o banco agrícola russo tenha acesso novamente ao sistema Swift. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.