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25/Jul/2023

Tendência é de alta nos preços domésticos do trigo

O acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro, fechado em julho do ano passado e do qual faziam parte Rússia e Ucrânia, foi suspenso na semana passada, devido à não renovação por parte da Rússia, que alegou que a parte relativa ao país não estaria sendo cumprida. Assim, os preços internacionais do trigo subiram, refletindo preocupações relacionadas à disponibilidade do cereal para suprir a demanda mundial. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2023 do Soft Red Winter registra avanço de 5,4% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,97 por bushel (US$ 256,29 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter tem alta de 3,8%, para US$ 8,60 por bushel (US$ 316,09 por tonelada).

Além do encerramento do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro, as cotações também estão sendo impulsionadas pelo atraso da colheita norte-americana do trigo de inverno. Na Argentina, no Porto de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo apresentam valorização de 0,9% nos últimos sete dias, para US$ 338,00 por tonelada. Quanto ao Brasil, as cotações internas do cereal também estão em avançando, influenciadas pela alta externa. No entanto, é importante ressaltar que a Ucrânia não está entre as principais origens do trigo importado pelo Brasil e que a produção nacional cresceu nas últimas safras. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra valorização de 0,24% em Santa Catarina, 0,2% no Rio Grande do Sul e 0,17% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços acumulam alta de 1,7% em Santa Catarina, 1,62% no Paraná e 0,6% no Rio Grande do Sul, mas seguem estáveis em São Paulo. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 10 a 14 de julho, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 368,72 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,83, o cereal importado foi negociado a R$ 1.782,44 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.337,31 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 345,89 por tonelada, o equivalente a R$ 1.672,08 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.310,59 por tonelada na média do Estado.

De acordo com informações da Conab, 93,6% das lavouras de trigo do País haviam sido semeadas até o dia 15 de julho, avanço de 2,1% na semana; frente ao mesmo período de 2022, o cenário é o mesmo. Considerando-se os Estados brasileiros, a semeadura avança no Paraná (99%), no Rio Grande do Sul (90%) e em Santa Catarina (54%). A colheita já foi iniciada em Goiás e em Minas Gerais, tendo alcançado 52% e 3% das áreas estaduais, respectivamente. Esse total representa apenas 1,5% do total colhido no País. No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que a semeadura da nova safra foi finalizada no Estado. Até o dia 10 de julho, 95% das lavouras estavam em boas condições, e 5%, em condições medianas.

No Rio Grande do Sul, a Emater-RS informou que a semeadura havia alcançado 95% da área do Estado até o dia 20 de julho, 5% à frente do total do mesmo período do ano passado e a mesma média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura havia alcançado 92,2% da área destinada ao trigo até o dia 19 de julho, avanço de 6% na semana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 16 de julho, 56% das lavouras de trigo de inverno norte-americanas haviam sido colhidas, abaixo dos 69% do mesmo período de 2022 e dos 69% da média dos últimos cinco anos (2018-2022). Da safra de primavera, 51% apresentam condições boas/excelentes; 35%, condições razoáveis; e 14%, ruins/péssimas.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de julho, o Brasil havia importado 137,15 mil toneladas de trigo, contra 499,2 mil toneladas em todo o mês de julho de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 291,70 por tonelada FOB origem, 30,6% abaixo da registrada no mesmo período de 2022 (US$ 420,40 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil não havia embarcado trigo até a segunda semana deste mês, enquanto em julho do ano passado, as importações somaram 1,3 tonelada. De acordo com o USDA, na semana de 13 de julho, os Estados Unidos exportaram 170,7 mil toneladas de trigo da temporada 2023/2024. Os maiores volumes tiveram como destino o Chile (78,2 mil toneladas), o Japão (49,3 mil toneladas) e o México (35,2 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.