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21/Jul/2023

Grãos: preços sobem com fim do Acordo do Mar Negro

A retirada da Rússia do acordo que mantinha o fluxo de grãos ucranianos pelo Mar Negro, no dia 17 de julho, gerou uma disparada nos preços globais. Os contratos de trigo na Bolsa de Chicago subiram 12% nesta semana, atingindo o nível mais alto desde 23 de junho, enquanto os futuros de milho avançaram 9,3%. As altas beneficiam principalmente a própria Rússia, que tem a Ucrânia como grande concorrente no fornecimento de trigo. A trading Quanton Commodities avalia que a Rússia quer e precisa que os preços subam. É uma mensagem da Rússia para o Ocidente. Haverá pelo menos duas ou três semanas de tensão muito alta. A Fastmarkets vai na mesma direção. A Rússia é provavelmente agora o maior fornecedor de trigo do mundo e a Ucrânia é sua concorrente. Então, se os portos ucranianos estão fechados, isso será uma oportunidade. Desde a saída do acordo de grãos, a Rússia atacou cidades portuárias importantes na Ucrânia, como Odessa.

O Ministério da Defesa russo informou que consideraria os navios que passassem pelo Mar Negro em direção aos portos ucranianos como possíveis transportadores de carga militar. A Ucrânia respondeu com ameaça semelhante aos navios russos. O mercado, inicialmente, duvidava da saída da Rússia do acordo, já que o país havia feito ameaça semelhante em outubro e voltou atrás. Segundo a Kpler, a fala do ministro sobre os navios que vão para a Ucrânia acendeu o alerta. Nenhum proprietário de navio vai arriscar ir para um porto ucraniano agora. Transportadores dizem que têm tido dificuldades em obter seguro que cubra movimentações saindo do Porto de Odessa e que a passagem pelo Estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, é um desafio. Analistas avaliam que os últimos ataques da Rússia tinham como objetivo dar suporte aos preços, já que os agricultores e exportadores locais enfrentam baixa lucratividade.

O país é um dos maiores produtores mundiais de commodities agrícolas e, em 2022, aumentou a produção dos principais grãos e oleaginosas, com colheitas recordes de trigo, girassol e colza, de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os preços globais de grãos foram afetados pela ampla oferta da Rússia, junto de outros grandes produtores, como Brasil e Austrália. Neste mês, o mercado esperava que os preços caíssem devido ao início de uma nova safra, quando novas colheitas impulsionam os estoques. Sem o acordo de grãos, a Ucrânia ainda pode transportar grãos por rotas alternativas, como o Rio Danúbio, e por terra. Essas opções já se tornaram essenciais para lidar com os volumes de exportação muito reduzidos da Ucrânia. Segundo a Fastmarkets, entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas por mês de grãos e oleaginosas foram enviadas da Ucrânia nos últimos meses, sendo 2,5 milhões de toneladas por rotas terrestres e fluviais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.