ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Jul/2023

Preços do trigo estáveis e comercialização pontual

A safra nacional de trigo 2023/2024 ainda deve ser menor que a anterior (que foi recorde), apesar da elevação frente aos dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em junho. Na Argentina, por outro lado, as projeções da Bolsa de Rosário indicam maior produção frente à anterior, mas queda em relação aos dados divulgados no mês passado. Quanto à safra mundial, por sua vez, a expectativa é de produção acima da observada em 2022/2023. Dados divulgados neste mês pela Conab apontam que a produção da nova safra de trigo no Brasil está estimada em 10,42 milhões de toneladas, alta de 6,7% em comparação ao relatório de junho, mas ainda com queda de 1,2% (ou 124,7 mil toneladas) frente ao recorde da temporada passada. A área com trigo no Brasil aumentou 11,1% frente à da temporada anterior, para 3,43 milhões de hectares. As estimativas de produtividade subiram para 3,04 toneladas por hectare frente ao relatório de junho, porém, ainda 11,1% inferiores a 2022 (3,43 toneladas por hectare).

Quanto às importações, a Conab reduziu em 100 mil toneladas o volume estimado no relatório anterior, agora previsto em 5,5 milhões de toneladas no período de agosto de 2023 a julho de 2024. As exportações foram mantidas em 2,6 milhões de toneladas no mesmo comparativo. O consumo está projetado em 12,43 milhões de toneladas, apenas 0,4% maior que a estimativa da safra anterior (de agosto/2022 a julho/2023). A disponibilidade interna está prevista em 16,61 milhões de toneladas entre agosto/2023 e julho/2024, avanço de 5,3% frente à anterior. Assim, os estoques finais, em julho/2024, seriam de 1,57 milhão de toneladas. De acordo com a Bolsa de Rosário, a previsão da área semeada com trigo na Argentina foi novamente reduzida e será de 5,4 milhões de hectares, a menor desde a temporada 2015/2016, devido ao clima seco. Com isso, a produção foi reduzida na comparação com o relatório anterior, para 15,6 milhões de toneladas, mas ainda deve ficar acima da registrada na safra passada.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou produção mundial de 796,66 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, recuo de 0,4% frente aos dados divulgados em junho, mas ainda 0,8% acima da produção em 2022/2023. Em comparação à safra anterior, foi apontado avanço representativo para a Argentina (39,4%), mas quedas expressivas para a Austrália (-26,9%) e a Ucrânia (18,6%). Quanto ao consumo mundial, o USDA prevê 799,44 milhões de toneladas em 2023/2024, portanto maior que a produção global, alta de 0,8% em relação a 2022/2023. Com isso, os estoques finais podem somar 266,52 milhões de toneladas, queda de 1% em relação à temporada anterior e os menores desde 2015/2016. Em relação aos embarques da safra 2023/2024, 214,39 milhões de toneladas devem ser transacionadas, 0,4% acima do registrado na safra 2022/2023, com Rússia, União Europeia e Canadá se mantendo como os principais exportadores mundiais.

Os embarques da Austrália e da Ucrânia devem recuar 7,5 milhões de toneladas e 6,3 milhões de toneladas, respectivamente, frente à safra anterior, enquanto haverá alta de 6,2 milhões de toneladas para os volumes da Argentina e de 4 milhões de toneladas para a União Europeia no mesmo comparativo. No Brasil, as negociações são pontuais. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) apresenta alta de 0,12% em Santa Catarina, com estabilidade no Paraná e no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços registram recuo de 1,02% em São Paulo, 0,93% em Santa Catarina, 0,87% no Rio Grande do Sul e 0,1% no Paraná. Nos últimos sete dias, as cotações do farelo ensacado registram baixa de 2,05%, e as do a granel, de 1,25%. Na Argentina, as cotações FOB do trigo no Porto de Buenos Aires registram baixa de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 335,00 por tonelada. Vale ressaltar que, nos dias 12 e 13 de julho, o menor valor do ano, de US$ 332,00 por tonelada, foi registrado.

Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter tem avanço de 0,3% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,41 por bushel (US$ 235,71 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 1%, para US$ 8,09 por bushel (US$ 297,35 por tonelada). Na Bolsa de Chicago, a valorização decorreu da possibilidade de o contrato de exportação pelo Mar Negro não ser renovado nesta semana, além do clima seco em lavouras dos Estados Unidos. A queda na Bolsa de Kansas foi influenciada pelos dados do USDA indicando produção acima do esperado nos Estados Unidos. No Brasil, a Conab indica que 91,5% das lavouras de trigo do País haviam sido semeadas até o dia 8 de julho, avanços de 11,9% na semana e de 3,4% frente ao mesmo período de 2022. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura atingiu 86,2% da área destinada ao trigo até o dia 12 de julho, com avanço de 4,8% na semana. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que, até o dia 9 de julho, 46% das lavouras de trigo de inverno haviam sido colhidas, abaixo dos 62% do mesmo período de 2022 e dos 59% da média dos últimos cinco anos (2018-2022). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.