ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Jul/2023

Rússia se retira do acordo de grãos do Mar Negro

Os preços dos grãos operavam em alta nesta segunda-feira (17/07), após o anúncio de que a Rússia vai se retirar do acordo de grãos do Mar Negro com a Ucrânia. Apesar disso, para o BMI Research, o efeito do fim do pacto nos preços provavelmente será limitado. É improvável que ocorra um aumento repentino semelhante ao que ocorreu no início da invasão russa à Ucrânia, mas um crescimento temporário e uma maior volatilidade são possíveis. Os efeitos da suspensão do acordo seriam mais prejudiciais ao trigo do que ao milho. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê uma queda de 1,4% nas exportações globais de trigo nesta temporada. Enquanto o Brasil teve uma colheita recorde de milho, junto com as colheitas também promissoras dos Estados Unidos e da Argentina.

O mercado global de trigo está mais apertado do que de milho e, portanto, é mais sensível e propenso a aumentos de preços, a desenvolvimentos negativos na oferta. Com a incerteza em torno da renovação do acordo, as operações no corredor marítimo do Mar Negro já estavam praticamente paradas, sem novos navios autorizados a entrar ou sair desde 27 de junho, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O último navio listado pela organização como participante do acordo, o TQ Samsun, de bandeira turca, partiu do Poro de Odessa transportando 15.300 toneladas de colza com destino à Holanda. Os volumes de exportação da Ucrânia já diminuíram, enquanto a capacidade do país de produzir grãos continua significativamente prejudicada pelos danos causados pela guerra.

Em junho, foram exportados cerca de 2 milhões de toneladas de grãos, em comparação com um pico de 4,2 milhões em outubro. O acordo foi negociado entre Ucrânia, Rússia e Turquia em julho do ano passado, depois que a invasão russa à Ucrânia interrompeu as exportações pelo Mar Negro e levou a um aumento nos preços globais dos alimentos. A Rússia anunciou sua retirada do acordo nesta segunda-feira (17/07), após meses de ameaças, mas informou que pode retomar o pacto se suas exigências forem atendidas. O país pede que o Ocidente facilite suas exportações de alimentos e fertilizantes.

Pelos termos do acordo de grãos, este poderia ser renovado automaticamente a cada 120 dias, a menos que um dos signatários acione uma cláusula de saída. A decisão pela suspensão veio horas depois do ataque à ponte que liga a Crimeia à Rússia. A Rússia já tinha suspendido sua participação anteriormente em outubro, após um ataque a uma base naval russa na Crimeia. Moscou voltou ao acordo depois que Ucrânia, Turquia e a ONU continuaram enviando navios de grãos para Odessa, ignorando a suspensão russa enquanto os diplomatas corriam para salvar o pacto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.