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11/Jul/2023

Preços do trigo pressionados pela fraca demanda

A semeadura de trigo no Brasil caminha para o fim, sobretudo na Região Sul, onde estão os maiores produtores do cereal. Na Argentina, os produtores também estão avançando com a semeadura. Enquanto isso, no Hemisfério Norte, a colheita de trigo de inverno nos Estados Unidos ainda segue abaixo dos 40% da área. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 79,6% das lavouras de trigo do País haviam sido semeadas até o dia 1º de julho, avanço de 10,8% na semana e 8,2% acima do registrado no mesmo período de 2022. A semeadura avança no Paraná (91%), no Rio Grande do Sul (66%) e em Santa Catarina (45%). Além disso, a colheita já foi iniciada em Goiás, sendo que 26% da área com o cereal no Estado já foi colhida.

No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 3 de julho, a semeadura da nova safra somava 96% da área estimada. Do total já implantado, 63% estão em desenvolvimento vegetativo; 22%, em floração, 8%, em frutificação e 7%, em germinação. A Emater-RS informou que, no Rio Grande do Sul, a semeadura atingiu 82% da área até o dia 6 de julho, 5% acima do verificado no mesmo período do ano passado, porém, 5% inferior à média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura atingiu 81,4% da área destinada ao trigo até o dia 5 de julho, com progresso de 9,5% na semana. De acordo com o Ministério da Agricultura da Argentina, a moagem de trigo no país atingiu 2,5 milhões de toneladas de janeiro a maio deste ano, alta de 5% frente ao mesmo período de 2022.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 2 de julho, 37% das lavouras de trigo de inverno norte-americanas haviam sido colhidas, abaixo dos 52% do mesmo período de 2022 e dos 46% da média dos últimos cinco anos (2018-2022). No Brasil, com negociações ocorrendo apenas de acordo com a necessidade dos moinhos, os preços do trigo estão pressionados no mercado de lotes. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra alta de 1,62% no Rio Grande do Sul e 0,05% em Santa Catarina, com queda de 0,21% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 2,52% em Santa Catarina, 2,22% Paraná e 1,45% em São Paulo, com alta de 0,98% no Rio Grande do Sul.

As cotações FOB do trigo no Porto de Buenos Aires acumulam alta de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 340,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter tem alta de 0,5% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,39 por bushel (US$ 234,98 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra valorização de 2% no mesmo período, para US$ 8,17 por bushel (US$ 300,38 por tonelada). A alta ocorre após correção e por preocupações quanto à prorrogação do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro neste mês. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 317,64 mil toneladas de trigo em junho/2023, alta de 12% em comparação com maio/2023, entretanto, queda de 49,3% em relação a junho/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.532,52 por tonelada, baixas de 7,8% no mês e de 22% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,59 milhões de toneladas.

Em junho, a Argentina forneceu 69,92% do trigo comprado pelo Brasil, seguida por: Rússia (17,2%), Canadá (8,79%), Paraguai (3,46%) e Uruguai (0,63%). Do lado das exportações, o Brasil escoou apenas 132,18 toneladas de trigo em junho, redução expressiva em comparação a maio/2023 (71,04 mil toneladas) e frente a junho/22 (47,02 mil toneladas). Em 12 meses (de julho/2022 a junho/2023), os embarques somaram 2,7 milhões de toneladas. A SovEcon aumentou sua previsão do volume de trigo exportado da Rússia, para 46,6 milhões de toneladas na safra 2022/2023 e para 47,2 milhões de toneladas na safra 2023/2024. Para este mês, a estimativa é de exportar de 3,6 a 3,9 milhões de toneladas, superior às 2,5 milhões de toneladas do ano passado. De acordo com o USDA, na semana de 29 de junho, foram exportadas 405,8 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.