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13/Jun/2023

Preços do trigo em baixa com fraca comercialização

A produção mundial de trigo deve crescer na safra 2023/2024. No Hemisfério Sul, a semeadura de trigo da nova temporada avança no Brasil e no maior fornecedor nacional, a Argentina. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de 2023/2024 deve ser de 800,18 milhões de toneladas, 1,3% superior à estimativa de maio e 1,5% maior que a da temporada anterior (2022/2023). Em relação à safra 2022/2023, foram apontados avanços representativos para Argentina (55,4%) e Índia (9,1%) e queda expressiva, de 10 milhões de toneladas, para a Austrália. Quanto ao consumo mundial, a estimativa é de 796,13 milhões de toneladas em 2023/2024, sendo 0,4% superior ao de 2022/2023. Com isso, os estoques finais podem somar 270,7 milhões de toneladas, alta de 1,5% no mesmo comparativo. Em relação às exportações da safra 2023/2024, a previsão é de 212,4 milhões de toneladas transacionadas, 0,9% superior ao da safra 2022/2023, ainda com Rússia, União Europeia e Canadá como principais exportadores.

Vale ressaltar que os embarques da Austrália e da Ucrânia devem recuar de forma expressiva, com volumes 8 milhões de toneladas e de 5,5 milhões de toneladas inferiores aos da safra anterior, respectivamente, enquanto ocorrerá alta de 7,7 milhões de toneladas da Argentina e de 4 milhões de toneladas na União Europeia. No Brasil, as atividades de campo estão avançando nos principais Estados. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 40,9% das lavouras de trigo do País haviam sido semeadas até o dia 3 de junho, 2,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado. A semeadura já foi finalizada em Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e São Paulo e avança no Paraná (66%), no Rio Grande do Sul (7%) e em Santa Catarina (1,0%). No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 5 de junho, a semeadura da nova safra somava 75% da área estimada. Do total já implantado, 84% estão em desenvolvimento vegetativo; 14%, em germinação; e apenas 2%, em floração.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgou que, na Argentina, a semeadura atingiu 19,5% da área destinada ao trigo, com avanço de 13,1% na semana passada. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que, até o dia 4 de junho, 4% das lavouras de trigo de inverno haviam sido colhidas, igual à média dos últimos cinco anos. Em relação às condições das lavouras, 36% estavam boas/excelentes; 30%, razoáveis; e 34%, ruins/péssimas, leve melhora frente à semana anterior. Da safra de primavera, 93% foram semeados, bem acima do registrado no mesmo período do ano passado (81%) e igual à média dos últimos cinco anos. Do total implantado, 76% emergiram. Os preços internos continuam recuando, sobretudo devido ao baixo ritmo de negócios. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra baixa de 1,27% em Santa Catarina, 0,38% no Rio Grande do Sul e de 0,09% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 3,58% em São Paulo e 1,04% no Paraná, com altas de 1,13% no Rio Grande do Sul e de 1,02% em Santa Catarina.

As cotações FOB do trigo no Porto de Buenos Aires têm baixa de 4% nos últimos sete dias, a US$ 362,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter registra avanço de 1,8% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,30 por bushel (US$ 231,58 por tonelada). A alta foi influenciada pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia, principalmente após a explosão de uma barragem em território ucraniano, gerando inundações. Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 1,8% no mesmo comparativo, para US$ 7,97 por bushel (US$ 293,12 por tonelada). A baixa está atrelada à melhora das condições da safra de trigo de inverno nos Estados Unidos e a ajustes antes da divulgação do relatório do USDA de oferta e demanda, que foi divulgado no dia 9 de junho.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 283,5 mil toneladas de trigo em maio, recuo de 9,4% em comparação com abril/2023 e queda de 46,9% em relação a maio/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.662,16 por tonelada, baixas de 3,1% no mês e de 1,9% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 4,9 milhões de toneladas. Em maio, a Argentina forneceu 63% do trigo comprado pelo Brasil, seguida pela Rússia (25,01%), Uruguai (9,1%), Paraguai (2,71%) e Estados Unidos (0,18%). Do lado das exportações, o Brasil escoou 71,04 mil toneladas de trigo em maio, redução expressiva de 74,8% em comparação a abril/2023 e 39,3% inferior a maio/2022. Em 12 meses (de junho/2022 a maio/2023), os embarques somaram 2,75 milhões de toneladas. A SovEcon informou que o volume de trigo exportado pela Rússia aumentou para 45,7 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, um recorde. De acordo com o USDA, na temporada 2022/2023, finalizada no final de maio, foram exportadas 17,75 milhões de toneladas de trigo norte-americano, 5% inferior à safra anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.