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06/Jun/2023

Preços do trigo registram leves reajustes no Brasil

A semeadura da safra 2023/2924 de trigo da Argentina, a principal origem do cereal importado pelo Brasil, foi iniciada. De acordo com informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 6,3% da área destinada ao trigo no país, estimada em 6,3 milhões de hectares, havia sido semeada até o fim de maio. No Brasil, as atividades de campo seguem firmes, sendo realizada em todos os Estados da Região Sul do País, os principais produtores nacionais. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 34,6% das lavouras de trigo do País haviam sido semeadas até o dia 27 de maio, 5,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado. A semeadura já foi finalizada em Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul, segue avançando em São Paulo (85%) e no Paraná (58%) e foi iniciada no Rio Grande do Sul (1%) e em Santa Catarina (0,5%).

No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 29 de maio, a semeadura da nova safra somava 66% da área estimada. Do total já implantado, 82% estão em desenvolvimento vegetativo; 17%, em germinação; e apenas 1%, em floração. Em relação às cotações, seguem com reajustes leves. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra queda de 0,68% no Rio Grande do Sul e 0,51% no Paraná, com estabilidade em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 1,86% no Rio Grande do Sul, 1,76% em Santa Catarina, 1,34% no Paraná e 0,21% em São Paulo.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 26 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 350,99 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,97, o cereal importado era negociado a R$ 1.747,23 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.428,21 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 329,21 por tonelada, o equivalente a R$ 1.638,82 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.292,73 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 22 dias úteis de maio, as importações somaram 283,5 mil toneladas, contra 534,2 mil toneladas em maio/2022.

Em relação ao preço de importação, a média de maio/2023 esteve em US$ 333,70 por tonelada FOB origem, 2,6% abaixo da registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 342,70 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 70,8 mil toneladas em maio, contra 107,9 mil toneladas em todo o mesmo mês do ano passado. Os preços de exportação registraram média de US$ 313,40 por tonelada FOB porto na parcial de maio, 11,1% abaixo dos verificados em maio de 2022 (US$ 352,70 por tonelada). No front externo, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter tem avanço de 0,5% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,19 por bushel (US$ 227,44 por tonelada). A alta ocorreu diante de tensões na região do Mar Negro e da desvalorização da moeda norte-americana, que favorece o mercado dos Estados Unidos.

Ressalta-se que, apesar da alta semanal, no dia 30 de maio, o ajuste do primeiro vencimento de trigo na Bolsa de Chicago foi o menor desde dezembro/2020. Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta baixa de 0,9% nos últimos sete dias, para US$ 8,12 por bushel (US$ 298,45 por tonelada). A baixa é influenciada pelas menores cotações do trigo da Rússia e da Europa, pela melhora das condições das lavouras dos Estados Unidos e pela proximidade do início da colheita de inverno naquele país. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou que, até o dia 28 de maio, 72% das lavouras de trigo de inverno norte-americanas haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 34% estavam boas/excelentes; 31%, razoáveis; e 35%, ruins/péssimas, melhora frente à semana anterior.

Da safra de primavera, 85% foram semeados, bem acima do registrado no mesmo período do ano passado (70%) e apenas 1% inferior à média dos últimos cinco anos (86%). Do total implantado, 57% emergiram. Na semana do dia 25 de maio, os Estados Unidos exportaram 466,5 mil toneladas de trigo da temporada 2023/2024. Segundo a SovEcon, os estoques de trigo na Rússia eram de 12 milhões de toneladas até 1º de maio, o que representa um volume 2 vezes maior do que a média dos últimos cinco anos no país. Isso ocorreu com a representativa safra colhida em 2022, que foi recorde, e as lentas exportações atuais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.