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30/Mai/2023

Pressão baixista sobre os preços do trigo desacelera

Os produtores brasileiros estão voltando as atenções à semeadura da nova safra, que está avançando no País e ultrapassa os 30% da área estimada. Do lado da demanda, o interesse de compra por parte de moinhos segue baixo, já que a procura por derivados está fraca. Diante disso, o ritmo de negócios envolvendo o trigo está lento, mas o movimento de queda nos preços tem sido menor nos últimos dias. No campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 30,5% das lavouras de trigo haviam sido semeadas até o dia 20 de maio no País, 3% acima do registrado no mesmo período do ano passado. A semeadura já foi finalizada em Mato Grosso do Sul, está próxima de ser encerrada em Minas Gerais (99,6%), Goiás (99%) e Bahia (95%) e segue avançando em São Paulo (75%) e no Paraná (50%).

No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 22 de maio, a semeadura da nova safra somava 58% da área estimada. Do total já implantado, 78% estão em desenvolvimento vegetativo e 22%, em germinação. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) tem baixa de 1,86% no Rio Grande do Sul, 0,56% no Paraná e 0,46% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram recuo de 1,43% no Rio Grande do Sul, 1% em Santa Catarina, 0,44% em São Paulo e 0,13% no Paraná. Tomando-se como base dados da Conab, de 15 a 19 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 347,24 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,94, o cereal importado era negociado a R$ 1.716,85 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.433,93 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 325,65 por tonelada, o equivalente a R$ 1.610,11 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.301,50 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de maio, o Brasil havia importado 177,4 mil toneladas de trigo, contra 534,2 mil toneladas em maio de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 337,90 por tonelada FOB origem, 1,4% abaixo da registrada no mesmo período de 2022 (US$ 342,70 por tonelada).

Quanto às exportações, o Brasil embarcou 50,7 mil toneladas do cereal nas três primeiras semanas deste mês, contra 107,9 mil toneladas em maio do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 315,40 por tonelada FOB porto, 10,6% abaixo da registrada em maio de 2022 (US$ 352,70 por tonelada). No front externo, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter apresenta avanço de 1,8% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,16 por bushel (US$ 226,34 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra queda de 0,6% no mesmo período, para US$ 8,19 por bushel (US$ 301,02 por tonelada). A alta na Bolsa de Chicago está atrelada à valorização do milho, a relatos de impedimento da Rússia à entrada de navios em porto ucraniano e ao receio de que o acordo de exportação pelo Mar Negro não seja renovado em julho.

A baixa na Bolsa de Kansas é influenciada por chuvas em regiões produtoras dos Estados Unidos na semana passada e pela proximidade da colheita naquele país. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou que, até o dia 21 de maio, 61% das lavouras norte-americanas de trigo de inverno haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 31% estavam boas/excelentes; 29%, razoáveis; e 40%, ruins/péssimas, leve melhora frente à semana anterior. Da safra de primavera, 64% foram semeados, bem acima do registrado no mesmo período do ano passado (48%), porém, ainda inferior à média dos últimos cinco anos (73%). Do total implantado, 32% emergiram. Dados divulgados pela SovEcon informam que há expectativa de que a exportação da Ucrânia seja de 10,5 milhões de toneladas na safra 2023/2024, inferior ao volume de 16 milhões de toneladas na temporada anterior.

Em relação à produção, a estimativa é de 18,5 milhões de toneladas no país, também inferior às 20,4 milhões de toneladas na safra 2022/2023. Segundo dados da FAO, o volume de trigo exportado pela Argentina no primeiro trimestre deste ano foi de apenas 1 milhão de toneladas, contra média de 6,4 milhões de toneladas entre 2020 e 2022. Para a temporada 2023, a área semeada na Argentina é de 6,1 milhões de hectares, 6% inferior à média dos últimos cinco anos. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as cotações FOB do trigo no Porto de Buenos Aires registram baixa de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 376,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.