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23/Mai/2023

Tendência de baixa dos preços com fraca demanda

Os preços do trigo estão recuando nos últimos dias nos mercados doméstico e externo. No Brasil, os valores têm sido influenciados pela demanda enfraquecida e pelo avanço da semeadura da próxima safra, enquanto no mercado internacional, a pressão vem do aumento das estimativas de produção na Rússia e, principalmente, da renovação, por mais 60 dias, do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro entre Rússia e Ucrânia, a expirar no dia 18 de julho. No campo brasileiro, 25,3% das lavouras de trigo haviam sido semeadas até o dia 13 de maio, de acordo com o relatório de acompanhamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), avanço de 16,2% frente ao mesmo período do ano passado. Os maiores progressos foram observados principalmente em Minas Gerais (97,4%), em Goiás (90%), na Bahia (90%) e em Mato Grosso do Sul (87%), seguidos por São Paulo (65%) e Paraná (39%).

No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que a semeadura da nova safra somava, até o dia 15 de maio, 50% da área estimada. Do total já implantado, 66% estão em desenvolvimento vegetativo, e 34%, em germinação. Nesse contexto, os preços do trigo estão recuando de forma expressiva no mercado balcão. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra queda de 5,01% no Paraná, 4,37% em Santa Catarina e 3,98% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações têm baixa de 1,97% em Santa Catarina, 0,33% em São Paulo e 0,09% no Rio Grande do Sul, mas alta de 0,29% no Paraná. Tomando-se como base dados da Conab, de 8 a 12 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 345,48 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,96, o cereal importado era negociado a R$ 1.714,62 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.458,14 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 324,00 por tonelada, o equivalente a R$ 1.608,01 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.296,80 por tonelada na média do Estado. No front externo, o contrato Julho/2023 do Soft Red Winter registra recuo de 4,7% na Bolsa de Chicago nos últimos sete dias, a US$ 6,05 por bushel (US$ 222,30 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 6% no mesmo período, para US$ 8,24 por bushel (US$ 302,86 por tonelada). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de maio, o Brasil havia importado 113,6 mil toneladas de trigo, contra 534,2 mil toneladas em maio de 2022.

Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 344,10 por tonelada FOB origem, 0,4% acima da registrada no mesmo período de 2022 (US$ 342,70 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 35,2 mil toneladas do cereal nas duas primeiras semanas deste mês, contra 107,9 mil toneladas em maio do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 330,80 por tonelada FOB porto, 6,2% abaixo da registrada em maio de 2022 (US$ 352,70 por tonelada). Com as melhores condições climáticas na região sul da Rússia, a consultoria SovEcon elevou as estimativas de produção de trigo em 2023, para 88 milhões de toneladas. Apesar do aumento, esse total ainda é inferior às 104,2 milhões de toneladas produzidas na temporada anterior. Para a Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgou que a próxima safra do país deve somar 18 milhões de toneladas, 45% maior que a de 2022/2023, que foi fortemente prejudicada por intempéries climáticas.

As cotações FOB do trigo no Porto de Buenos Aires registram avanço de 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 377,00 por tonelada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou que, até o dia 14 de maio, 49% das lavouras norte-americanas de trigo de inverno haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 29% estavam boas/excelentes; 30%, razoáveis; e 41%, ruins/péssimas, leve melhora frente à semana anterior. Da safra de primavera, 40% foram semeados, acima do registrado no mesmo período do ano passado (37%), porém, inferior à média dos últimos cinco anos (57%). Do total implantado, 13% emergiram. Na semana do dia 11 de maio, os Estados Unidos exportaram 336,8 mil toneladas de trigo da temporada 2023/2024, e os principais compradores desse volume foram Filipinas, México e Taiwan. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.