17/Mai/2023

A consultoria StoneX reforçou a perspectiva de produção recorde de trigo na safra 2023/2024, a 11,312 milhões de toneladas. O resultado depende de que não haja atuação de efeitos climáticos adversos nas regiões produtoras. Até o momento, o clima tem sido favorável nas atividades de início da temporada, mas ainda é muito cedo para firmar perspectivas. Se confirmado, o volume será 2,7% maior que o colhido na temporada anterior, de 11,010 milhões de toneladas. As estimativas reiteram a perspectiva de aumento de área plantada no ciclo. A StoneX reafirmou as previsões divulgadas em abril e estimou que a cultura ocupará 3,484 milhões de hectares em 2023/2024. O aumento da área plantada condiciona expectativas para uma produção maior. Nesta safra, a área plantada esperada é 6,1% superior à da safra anterior. Para a produtividade da safra 2023/2024, a previsão é de recuo de 3,2% no rendimento do cereal, passando de 3,353 toneladas por hectare no ciclo 2022/2023 para 3,247 toneladas por hectare na próxima temporada.

Quanto às exportações, deve haver queda de 17,44% na comercialização externa de trigo brasileiro na safra 2023/2024, para 2,130 milhões de toneladas ante 2,580 milhões de toneladas exportadas na temporada 2022/2023. Apesar do recuo, o resultado coloca o Brasil com o potencial de se tornar o 10º maior exportador do cereal. O aumento dessa participação do Brasil no comércio mundial reflete o desenvolvimento de variedades de trigo que podem ser cultivadas em áreas mais quentes e secas, típicas do clima tropical. Apesar da produção ser concentrada na Região Sul, a cultura foi introduzida no Cerrado, em estados como Goiás e Minas Gerais, obtendo bons resultados recentemente. A importação de trigo deve crescer 9,42% no próximo ciclo, de 5,625 milhões de toneladas para 6,155 milhões de toneladas. O consumo interno do cereal no País deve ficar praticamente estável, com recuo de 0,40% para 13,203 milhões de toneladas.

No que se refere ao saldo global de oferta e demanda, embora a Rússia tenha aumentado a participação nas exportações, o país ainda não compensa a redução em países como Argentina e Ucrânia. Pelo lado da demanda, o cenário é de perspectivas para aumento do consumo global. Quanto ao Brasil, o balanço de oferta e demanda para a safra 2023/2024 indica alívio pelo lado da oferta, uma vez que o aumento da produção abre espaço para garantir suprimentos para o mercado interno. Foi reiterada a previsão de aumento de 121,23% no estoque final do cereal no País na safra 2023/2024, saindo de 1,760 milhão de toneladas no ciclo anterior para 3,894 milhões de toneladas. O aumento da disponibilidade de trigo no mercado doméstico ocorre em um bom momento, dado que o principal parceiro comercial brasileiro, a Argentina, tem enfrentado problemas com os rendimentos de sua safra, após um período de seca severa em suas lavouras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.