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16/Mai/2023

Tendência de queda nos preços está arrefecendo

Estimativas indicam que a área com o cereal no Brasil deve crescer em 2023. No entanto, a produção nacional pode ficar inferior ao recorde registrado em 2022, devido à possibilidade de menor produtividade na nova safra. De acordo com os dados divulgados neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área com trigo no Brasil deve aumentar 7%, para 3,3 milhões de hectares, puxada especialmente pelo crescimento de 12,5% previsto para o Paraná. Também se esperam avanços de área na Bahia, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais. Por enquanto, as estimativas consideram manutenção da área no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Goiás, no Distrito Federal e em São Paulo. As estimativas de produtividade, porém, são bem menores que as registradas na temporada passada, ficando, na média nacional, em 2,9 toneladas por hectare, com decréscimo de 15,4%.

Com isso, por enquanto, a oferta está estimada em 9,6 milhões de toneladas, 9,4% inferior à da temporada passada, que foi recorde. Além disso, a estimativa de importação é de 5,6 milhões de toneladas e exportação de 2,6 milhões de toneladas. O consumo está projetado em 12,42 milhões de toneladas, 0,2% maior que a estimativa de 2022. A disponibilidade interna está prevista em 16,44 milhões de toneladas, recuo de 0,2% em comparação a 2022. Assim, os estoques finais, em julho/2023, seriam de 1,42 milhão de toneladas. Em termos globais, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a produção mundial de 2023/2024 em 789,8 milhões de toneladas, 0,2% superior à temporada 2022/2023, com altas representativas apontadas para Argentina, Índia e União Europeia.

Por outro lado, o consumo mundial será de 791,7 milhões de toneladas em 2023/2024, 0,4% inferior ao de 2022/2023. Com isso, os estoques finais podem somar 264,3 milhões de toneladas, queda de 0,7% no mesmo comparativo. Em relação às exportações da safra 2023/2024, o USDA prevê volume de 212,5 milhões de toneladas transacionadas, 0,2% inferior ao da safra 2022/2023, com Rússia, União Europeia e Canadá como principais exportadores. Vale ressaltar que as exportações da Austrália e da Ucrânia devem recuar de forma expressiva, com volumes 8 milhões e 5 milhões inferiores à safra anterior, respectivamente. No Brasil, após os expressivos recuos nos primeiros dias de maio, as variações nos preços estão menos intensas.

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) o valor do trigo tem queda de 0,43% em Santa Catarina e de 0,34% no Rio Grande do Sul, com alta de 0,41% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram recuo de 0,78% em Santa Catarina e 0,7% em São Paulo, com elevações de 1,15% no Rio Grande do Sul e de 0,46% no Paraná. Tomando-se como base dados da Conab, de 1º a 5 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 349,03 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,00, o cereal importado era negociado a R$ 1.748,13 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.498,65 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 327,38 por tonelada, o equivalente a R$ 1.639,67 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.303,42 por tonelada na média do Estado. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que a semeadura da nova safra somava 36% da área até o dia 8 de maio, dos quais 60% estão em desenvolvimento vegetativo, e 40%, em germinação. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter apresenta baixa de 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,24 por bushel (US$ 229,46 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter registra alta de 1,4% no mesmo período, a US$ 8,91 por bushel (US$ 327,66 por tonelada).

Enquanto o movimento de alta foi influenciado pela divulgação do USDA indicando produção e estoques menores que os esperados nos Estados Unidos na safra 2023/2024, a baixa ocorreu com a previsão de chuvas em regiões produtoras. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm avanço de 2,5% nos últimos sete dias, a US$ 365,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o USDA relatou que, até o dia 7 de maio, 38% das lavouras de trigo de inverno haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 29% estavam boas/excelentes; 27%, razoáveis; e 44%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à semana anterior. Já na safra de primavera, 24% foram semeados, abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (26%) e da média dos últimos cinco anos (38%); e 5% emergiram. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.