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16/Mai/2023

Preços do trigo seguem com quedas no disponível

A movimentação do mercado interno de trigo é lenta. Com vendedores retraídos e volumes remanescentes de trigo disponíveis no mercado, os preços registram recuo nas principais regiões produtoras. No Paraná, as cotações acumulam queda de 6% em maio. No Rio Grande do Sul, o recuo acumulado no mês é de 3%. A negociação antecipada da próxima safra caminha a passos ainda mais lentos em meio aos estoques elevados da indústria moageira e à expectativa dos produtores de alta nos preços. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, o desacordo quanto aos preços entre os agentes é a tônica do mercado. Os vendedores indicam R$ 1.400,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas os compradores indicam entre R$ 1.280,00 e R$ 1.300,00 por tonelada nas mesmas condições.

Nenhum lado está cedendo. Os valores pagos pelo grão registram recuo de R$ 30,00 a R$ 50,00 por tonelada nos últimos sete dias. Os moinhos na região estão bem abastecidos, enquanto os compradores de farinha do Rio de Janeiro e de São Paulo estão diminuindo o apetite de compras pela farinha local, o que dificulta a aquisição de novos lotes pela indústria moageira. A semeadura da próxima safra de trigo deve iniciar nas próximas semanas no Estado. A decisão quanto à área a ser plantada ainda não está totalmente tomada pelos produtores, que avaliam o clima, rentabilidade e percentual de investimento. Agentes aguardam maiores indicadores de área e intenção de plantio para avançar a comercialização antecipada do cereal da próxima safra.

No Paraná, o plantio do cereal da próxima safra já atingiu 40% da área estimada. Os produtores concentram-se nos trabalhos de campo e na comercialização da soja e milho 2ª safra de 2023. Os moinhos ainda possuem estoques alongados e tendem a administrar as reservas atuais em níveis baixos até a entrada da próxima safra. Na Região Metropolitana de Curitiba, o mercado está praticamente travado. A falta de acordo quanto aos preços praticados vem limitando a efetivação de acordos no Estado. Os compradores indicam em média R$ 1.450,00 por tonelada CIF, para entrega em maio, enquanto os vendedores pedem em média R$ 1.500,00 por tonelada FOB. A maioria dos vendedores, contudo, está retraída diante das cotações atuais. Para adquirir trigo do Rio Grande do Sul, alguns compradores indicam, em média, a R$ 1.250,00 por tonelada para retirada no Rio Grande do Sul, enquanto os vendedores pedem R$ 1.300,00 por tonelada nas mesmas condições.

Em abril, moinhos brasileiros compraram 312,816 mil toneladas de cereal no exterior, 38,87% menos que em igual período do ano passado, de acordo com dados do Agrostat (sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro). O valor desembolsado com a importação do produto caiu 33,62%, para US$ 106,990 milhões. O preço médio do cereal importado ficou em US$ 342,02 por tonelada em abril. Em ambos os anos, o cereal argentino predominou entre as origens, com 171,430 mil toneladas adquiridas do país no último mês. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o País importou 1,473 milhão de toneladas, com desembolso de US$ 514,295 milhões, recuo de 27,6% em volume e queda de 14,1% no valor gasto em relação a igual período do ano passado.

No último mês, as vendas externas de trigo brasileiro somaram 281,681 mil toneladas, com receita de US$ 85,959 milhões, aumento de 91,4% em volume e de 61,86% em receita ante abril do ano anterior. O principal destino do cereal no mês foi a Arábia Saudita, com a comercialização de 71,462 mil toneladas. A janela favorável à exportação do trigo nacional vai até março. Portanto, as exportações de abril são consideradas remanescentes e para os próximos meses espera-se redução nas vendas do cereal local ao mercado internacional. No primeiro quadrimestre deste ano, a exportação de trigo brasileiro diminuiu 14,25% em relação aos primeiros quatro meses de 2020, para 1,991 milhão de toneladas. A receita recuou 9,25% no período, para US$ 640,988 milhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.