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16/Mai/2023

M. Dias Branco: perspectivas positivas para 2023

A M. Dias Branco, líder nacional em massas e biscoitos, vê um cenário de demanda normalizada neste ano, apesar da lenta recuperação econômica e da queda do poder aquisitivo da população. A expectativa é de um volume de vendas próximo ao histórico. São mercados que crescem 1% ao ano. Deve haver um crescimento em linha com o histórico pela resiliência das categorias, necessidade dos produtos e por serem produtos que não dependem de crédito. Os derivados de trigo são conhecidos por terem demanda inelástica, mesmo em períodos de economia desaquecida, em virtude da sua importância na cesta de alimentos do brasileiro e do baixo tíquete médio. Em relação aos preços dos produtos, não há expectativa de reajuste para baixo no preço médio final ao consumidor. Os custos devem estender a tendência de queda, motivada pelo recuo nos preços das principais matérias-primas utilizadas pela empresa, como trigo e óleo de palma.

Do quarto trimestre de 2022 para o primeiro trimestre de 2023, o custo da matéria-prima dos produtos vendidos pela M. Dias cedeu 16,1%. Em contrapartida, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a empresa reportou um aumento de 31% no custo da matéria-prima. Olhando as principais variáveis daqui para frente, o custo já caiu no mercado, mas ainda não recuou na visão anual e nem passou pelo resultado, porque a empresa tem quatro meses de estoque de insumos. A tendência é o custo variável da companhia seguir caindo porque trigo e o óleo de palma já cederam no mercado. Daqui para frente, o preço médio deve ser maior ou igual na comparação anual com menor custo. Essa combinação tende a garantir uma melhor margem de rentabilidade à fabricante de alimentos. A M. Dias Branco espera concentrar maior foco de negócios na integração das empresas adquiridas ao longo dos últimos 18 meses (Latinex, Jasmine e a uruguaia Las Acacias).

São empresas de porte menor comparado ao tamanho da M. Dias, mas com grande potencial de crescimento. O foco está na integração dessas empresas, mas obviamente que, pela geração de caixa, é preciso ficar atento ao que está acontecendo no mercado. Com essas movimentações recentes, a empresa entrou em novas categorias ao longo dos últimos dois anos, como o segmento de alimentos saudáveis e de temperos e molhos e iniciou sua primeira operação fora do Brasil. Apesar do "cenário base" ser de integração da operação atual e da conjuntura de juros elevados, a empresa segue em contato com butiques de fusões e aquisições e aos movimentos de outras companhias no mercado. Os "pilares" de negócios monitorados pela M. Dias no Brasil passam principalmente por indulgência, alimentos saudáveis e conveniência.

Na estratégia de internacionalização, os segmentos no radar da empresa são as categorias em que já atua tradicionalmente, como massas e biscoitos. Por gestão de risco, entrar em categoria nova e em um país novo é difícil. Ainda há oportunidades a serem exploradas nas marcas recém-adquiridas. Latinex e Jasmine têm oportunidade de compartilhamento de infraestrutura porque ambas estão em Curitiba (PR) e de expansão de mercado no Brasil, porque ambas têm a receita muito concentrada ainda nas Regiões Sul e no Sudeste. Há expectativa de crescimento acelerado, mas ainda estão no início. Sobre a uruguaia Las Acacias, de massas, é um mercado mais maduro e com outra dinâmica, mas com possibilidade de sinergia com outras marcas da companhia em massas instantâneas. É um negócio que também ainda está no início sob a M. Dias.

Na frente de exportações, onde o principal mercado é a América do Sul, a fabricante de alimentos continua vendo as vendas externas como uma alavanca de crescimento no médio e longo prazo. De 2019 a 2022, houve mudança de patamar nas exportações e foram criadas outras avenidas de crescimento, como África e América Central. Agora, observa-se ainda um potencial de crescimento, mas um olhar mais combinado com caminho inorgânico (por meio de fusões e aquisições) de crescimento. Nos países da América do Sul, a expectativa é de estabilidade na demanda, assim como no Brasil, com resiliência das categorias. No primeiro trimestre deste ano, a empresa obteve R$ 47,2 milhões de receita líquida no exterior, o que inclui exportações e a operação das Las Acacias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.