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09/Mai/2023

Tendência é de baixa dos preços internos do trigo

Os preços internos e externos do trigo estão seguindo direções opostas neste início de maio. No Brasil, o baixo interesse de compradores em realizar negócios e a elevada disponibilidade do cereal. Vale lembrar que a colheita da última safra foi recorde mantêm os preços em queda. No mercado externo, os valores encontram sustentação na boa demanda, na piora das condições das lavouras norte-americanas de inverno e no baixo ritmo de cultivo das lavouras de primavera. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra recuo de 4% no Paraná e em Santa Catarina e de 0,24% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam queda de 6,86% no Paraná, 4,08% em São Paulo, 3,66% no Rio Grande do Sul e 1,16% em Santa Catarina. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 24 a 28 de abril, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 350,26 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,03, o cereal importado era negociado a R$ 1.764,76 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.562,63 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 328,55 por tonelada, o equivalente a R$ 1.655,38 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.351,91 por tonelada na média do Estado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 312,82 mil toneladas de trigo em abril de 2023, recuo de 27% em comparação com março/2023 e queda de 39,3% em relação a abril/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.715,92 por tonelada, baixa de 2,8% no mês, mas elevação de 14% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,15 milhões de toneladas. Em abril, a Argentina forneceu 54,8% do trigo comprado pelo Brasil, seguida pelo Uruguai (43,4%) e pelo Paraguai (1,79%). Do lado das exportações, o Brasil escoou 281,68 mil toneladas de trigo em abril, redução expressiva de 56,4% em comparação a março/2023, mas ainda 82,5% superior a abril/2022.

Em 12 meses (de maio/2022 a abril/2023), os embarques somaram 2,79 milhões de toneladas. A balança comercial de trigo voltou a ser deficitária, após quatro meses seguidos positiva. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter registra avanço de 4,4% nos últimos sete dias, a US$ 6,47 por bushel (US$ 237,73 por tonelada. Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter apresenta alta de expressivos 9% no mesmo período, a US$ 8,79 por bushel (US$ 323,25 por tonelada). As altas são influenciadas pela demanda pelo trigo dos Estados Unidos e pelas acusações feitas pela Rússia, atribuindo à Ucrânia o ataque ao Kremlin. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm valorização de 3,8% nos últimos sete dias, a US$ 356,00 por tonelada. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que a semeadura da nova safra somava 28% da área até o dia 1º de maio, ritmo bem acima dos 13% observados no início de maio de 2022. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 30 de abril, 25% das lavouras norte-americanas de trigo de inverno haviam perfilhado.

Em relação às condições das lavouras, 28% estavam boas/excelentes; 30%, razoáveis; e 42%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à semana anterior. Na safra de primavera, 12% foram semeados, abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (18%), e 2% emergiram. Na semana de 27 de abril, foram exportadas 211,1 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, queda de 35,6% em relação à semana anterior. No caso da safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 279,7 mil toneladas. A SovEcon informou que os estoques de trigo na Rússia em 1º de abril eram de 27,6 milhões de toneladas, o maior volume em um início de segundo trimestre, devido às exportações de forma lenta e à safra recorde do ano passado. A Bolsa de Comércio de Rosário informou que a falta de chuvas na região núcleo da Argentina preocupa a semeadura do trigo, que está projetada em 650 mil hectares na região. Este é o momento mais seco dos últimos 15 anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.