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03/Mai/2023

Tendência é de baixa dos preços internos do trigo

Os preços internos do trigo encerraram abril em queda, com as médias mensais chegando aos menores patamares desde 2020. As baixas estiveram atreladas às negociações em ritmo bastante lento. Enquanto os produtores se atentaram ao campo, muitos compradores se mantiveram afastados das aquisições, indicado estar abastecidos e à espera de novas desvalorizações. No Paraná, especificamente, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que a semeadura da nova safra somava 10% da área até o dia 24 de abril. Em termos reais, a média mensal do Rio Grande do Sul em abril, de R$ 1.416,02 por tonelada, foi a menor desde março de 2020. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.570,72 por tonelada, a mais baixa desde abril de 2020. No Paraná, a média de abril foi de R$ 1.594,88 por tonelada, a menor desde setembro de 2020.

Em São Paulo, a média, de R$ 1.709,66 por tonelada, foi a mais baixa desde julho de 2021. Na última semana de abril, especificamente, os preços recuaram de forma expressiva. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra queda de 4,34% no Paraná, 4,26% em Santa Catarina e 3,62% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações têm recuo de 4,67% no Rio Grande do Sul, 1,86% em Santa Catarina, 1,81% no Paraná e 1,73% em São Paulo. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter registra recuo de relevantes 6,3% nos últimos sete dias, a US$ 6,19 por bushel (US$ 227,72 por tonelada). No dia 27 de abril, especificamente, o ajuste foi o menor, para um primeiro vencimento, desde julho/2021. Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter apresenta queda de 4% no mesmo período, a US$ 8,07 por bushel (US$ 296,61 por tonelada).

Também no dia 27 de abril, o ajuste foi o mais baixo para um primeiro vencimento desde fevereiro/2022. Apesar da alta no dia 28 de abril, após recompra de posições, as baixas nos últimos sete dias estão atreladas à expectativa de chuvas na região das Grandes Planícies dos Estados Unidos e à desvalorização do milho. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires acumulam avanço de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 343,00 por tonelada. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicou que as importações somaram 212,8 mil toneladas de trigo até a terceira semana de abril, contra 511,7 mil toneladas em todo o mês de abril de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 341,30 por tonelada FOB origem, 8,4% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 315,00 por tonelada). Para as exportações, o volume soma 230,9 mil toneladas no mesmo período, contra 147,2 mil toneladas em abril do ano passado.

Os preços de exportação registram média de US$ 351,60 por tonelada FOB porto, 2,6% abaixo dos verificados em abril de 2022 (US$ 360,90 por tonelada). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 23 de abril, 18% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 26% estavam boas/excelentes; 33%, razoáveis; e 40%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à semana anterior. Na safra de primavera, 5% foram semeados, abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (12%). Na semana de 20 de abril, foram exportadas 155,7 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, queda de 39,8% em relação à semana anterior. No caso da safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 202,1 mil toneladas. A SovEcon, consultoria russa, informou que as exportações do país somaram 4,2 milhões de toneladas em abril, 300 mil toneladas abaixo das de março. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.