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03/Mai/2023

Moagem de trigo ficou estável no Brasil em 2022

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) concluiu trabalho de levantamento de dados referentes à moagem de trigo no Brasil em 2022. A exemplo de 2021, foi registrada uma situação de estabilidade em relação ao volume de trigo moído. Foram processadas 12,56 milhões de toneladas do cereal em 144 plantas industriais. A pesquisa de moagem da Abitrigo é um importante referencial para a produção de farinha de trigo no País. A partir dela, os moinhos podem tomar decisões relevantes para seus negócios, garantindo resultados mais consistentes para a indústria, e para a segurança alimentar da população brasileira. Em relação ao volume de trigo moído no País, a pesquisa mostra que o trigo, no contexto da produção agrícola de grãos, é um setor estável, que não sofre com as variações do mercado externo.

Mesmo em um período de diversas ocorrências que abalaram o cenário mundial do trigo, como os conflitos entre Rússia e Ucrânia e, também, a quebra de safra na Argentina, que impactaram diretamente o preço da commodity, o consumo não sofreu uma mudança considerável. Isso mostra que a demanda por farinha de trigo se mostra inelástica aos acontecimentos mundiais. As 12.565.920 toneladas de trigo processadas originaram, aproximadamente, 9,2 milhões de toneladas de farinha para o mercado. Os principais setores que receberam a farinha de trigo produzida foram o de panificação e pré-misturas (42,6% do total), da indústria de massas (12,5%) e da indústria de biscoitos (10%). Com relação a participação das principais áreas produtoras de farinha de trigo, a pesquisa de moagem desenvolvida pela Abitrigo indica que os estados brasileiros registraram estabilidade nos níveis de processamento do cereal na indústria moageira em 2022.

O Estado que mais se destacou foi o Paraná, com 3,78 milhões de toneladas de trigo moídas. A avaliação dos resultados obtidos por Regiões e por Estado, indica que, de forma geral, os volumes se mantiveram estáveis a ponto de produzirem uma moagem muito semelhante à observada em 2021, o que demonstra a estabilidade de processamento do setor moageiro de norte a sul do País. A moagem de trigo no Paraná representa 30% do total nacional (12,56 milhões de toneladas), englobando 45 plantas moageiras. As 2.681.816 toneladas de farinha de trigo produzidas em indústrias paranaenses foram destinadas, principalmente, para panificação e pré-misturas (35,4%), para a indústria de massas (17,7%) e de biscoitos (15,9%). Já as Regiões Norte e Nordeste corresponderam a 26% do total de trigo moído, com as 12 plantas das regiões produzindo um volume de 1.887.330 toneladas de farinha, que tiveram como destaque de destinos a panificação e pré-mistura (42,5%), embalagens de 1 Kg (15,9%) e a indústria de massas (11,9%).

Os moinhos do Rio Grande do Sul processaram 15% do trigo utilizado pelo setor em 32 plantas fabris, gerando aproximadamente 900 mil toneladas de farinha, que foram consumidas pelos setores de panificação e pré-mistura (47,4%), embalagens de 5 Kg (11,7%) e da indústria de biscoitos (7,3%). No caso de São Paulo, a moagem realizada no Estado corresponde a 13% do montante brasileiro, por meio do trabalho conduzido em 15 plantas. O volume de farinha produzido foi de 1.428.751 toneladas, cujas principais destinações foram para panificação e pré-mistura (49,3%), embalagens de 5 Kg (13,4%) e indústria de massas (9%). Para efeito do cálculo da pesquisa, os 19 moinhos da Região Centro-Oeste do Brasil e dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram agrupados, e, juntos, moeram 10% do trigo endereçado à indústria de processamento. Essa quantidade do cereal gerou 1.250.994 toneladas de farinha, que foram utilizadas para panificação e pré-misturas (44,4%), indústria de massas (14,2%) e embalagens de 1kg (13,9%).

Por fim, Santa Catarina processou 5% de todo o cereal utilizado no País, produzindo mais de 320 mil toneladas de farinha de trigo, que foram endereçadas, principalmente, para panificação e pré-misturas (51,6%), indústria de biscoitos (21,2%) e embalagens de 5 Kg (11,7%). A pesquisa da Abitrigo permite concluir que as diferentes regiões do Brasil possuem um perfil semelhante quanto à distribuição da farinha de trigo produzida. Os principais destinos de todas são a panificação e as pré-misturas, o que é um indicativo do comportamento do consumidor final, que demanda mais produtos originados a partir desses setores. O acordo entre a Rússia e a Ucrânia para a saída de grãos pelo Porto de Odessa foi prorrogado por 60 dias até 18 de maio. Fontes russas indicaram que esse acordo poderá não ser renovado, o que, se confirmado, terá impacto no preço internacional do trigo nos próximos meses. Fonte: Rubens Barbosa. Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Broadcast Agro.