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25/Abr/2023

Tendência de baixa dos preços domésticos do trigo

Mesmo diante da valorização do dólar frente ao Real, os preços internos e externos do trigo estão recuando. No Brasil, a pressão vem sobretudo da baixa demanda por parte de moinhos. Muitos produtores, por sua vez, seguem afastados do mercado, atentos ao campo e indicando que os valores atuais de negociação do trigo não são atrativos. Esse cenário, atrelado ao feriado da sexta-feira (21/04), manteve o ritmo de negócios bastante lento e apenas lotes pontuais são comercializados. No campo, a semeadura da nova safra nacional ainda está avançando de forma lenta no Paraná. Dados divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que 1% da área havia sido semeada no Estado até o dia 17 de abril. Quanto aos preços, apesar da valorização do dólar na última semana, os preços continuam em queda no spot nacional.

Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preços pago ao produtor) registra baixa expressiva de 5,84% no Rio Grande do Sul, 2,88% no Paraná e 2,10% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços têm recuo de 3,68% no Rio Grande do Sul, 2,99% no Paraná, 2,46% em São Paulo e 1,79% em Santa Catarina. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter registra queda de 3% nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,61 por bushel (US$ 243,15 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter apresenta recuo de 4,3% no mesmo período, a US$ 8,40 por bushel (US$ 308,92 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm baixa de 4,2% nos últimos sete dias, a US$ 338,00 por tonelada.

As baixas são relacionadas à previsão de chuvas em regiões produtoras dos Estados Unidos, à continuidade das exportações ucranianas pelo Mar Negro e ao reajuste mensal positivo na estimativa de produção da Rússia. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicou que as importações somaram 143,4 mil toneladas de trigo até a segunda semana de abril, contra 511,7 mil toneladas em todo o mês de abril de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 337,40 por tonelada FOB origem, 7,1% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 315,00 por tonelada). Para as exportações, o volume está em 152,5 mil toneladas no mesmo período, contra 147,2 mil toneladas em abril do ano passado. Os preços de exportação registram média de US$ 309,40 por tonelada FOB porto, 14,3% abaixo dos verificados em abril de 2022 (US$ 360,90 por tonelada).

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 16 de abril, 10% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 27% estavam boas/excelentes; 34%, razoáveis; e 39%, ruins/péssimas, piora em comparação à semana anterior. Na safra de primavera, 3% foram semeados, abaixo do mesmo período do ano passado (8%). De acordo com o USDA, na semana de 13 de abril, foram exportadas 259 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, avanço representativo de 91% em relação à semana anterior. No caso da safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 46,1 mil toneladas. De acordo com a SovEcon, a safra de trigo deste ano da Rússia será de 86,8 milhões de toneladas, elevação de 1,5 milhão de toneladas frente à estimativa de março, devido à melhora do clima. Entretanto, esse volume ainda é inferior ao de 2022 (104,2 milhões de toneladas). O governo da Rússia, por sua vez, informou que a safra de trigo do país deverá ser de 78 milhões de toneladas em 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.