ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Abr/2023

Tendência é de baixa dos preços internos do trigo

Ainda que de forma lenta, alguns produtores do norte do Paraná deram início à semeadura de trigo da nova temporada. A expectativa é de aumento na área a ser cultivada, o que, por sua vez, poderá favorecer o abastecimento interno e as exportações do cereal. Dados divulgados na última semana pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que pouco menos de 1% da área esperada, de 1,36 milhão de hectares este ano, foi semeada no Paraná. Por enquanto, no spot, enquanto moinhos sinalizam estar abastecidos, os vendedores buscam liquidar os estoques da safra anterior. Os produtores também estão atentos à colheita da safra de verão (1ª safra 2022/2023), fazendo caixa especialmente com negócios envolvendo soja e milho. Quanto aos preços, a desvalorização do dólar reduz as paridades de importação e de exportação, mantendo os preços em queda no spot. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra expressiva queda de 5,22% no Paraná e 1,72% em Santa Catarina, mas se mantém estável no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 1,21% no Paraná, 0,78% em Santa Catarina, 0,77% em São Paulo e 0,51% no Rio Grande do Sul. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter tem alta de 1% nos últimos sete dias, a US$ 6,82 por bushel (US$ 250,78 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter registra avanço de 1,6% no mesmo período, a US$ 8,78 por bushel (US$ 322,89 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires acumulam alta de 2% nos últimos sete dias, a US$ 353,00 por tonelada. As altas estão atreladas ao clima seco em regiões dos Estados Unidos e à incerteza quanto à renovação do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro por parte da Rússia. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em março/2023, chegaram aos portos brasileiros 428,4 mil toneladas de trigo, avanço de 46,9% em comparação com fevereiro/2023, mas queda de 18,8% em relação a março/2022. O preço médio FOB origem foi de R$ 1.766,25 por tonelada, baixa de 5,5% no mês, porém, elevação de 17,7% em um ano.

Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,35 milhões de toneladas. A Argentina continua sendo o principal país fornecedor de trigo ao Brasil, com o volume de março representando 69,45% do total, seguida pelo Uruguai, Rússia e Paraguai. Do lado das exportações, o Brasil escoou 646,6 mil toneladas de trigo em março, elevação de 20,4% em comparação a fevereiro/2023, mas 19,3% inferior a março/2022. Em 12 meses (de abril/2022 a março/2023), os embarques somaram 2,6 milhões de toneladas. Vale destacar que a balança comercial de trigo está superavitária pelo quarto mês consecutivo. As importações de farinhas totalizaram 21,59 mil toneladas em março/2023, alta de 11,9% em relação ao mês anterior, porém, redução de 20,3% frente a março/2022. As exportações das farinhas somaram 1,22 mil toneladas em março/2023, alta de 6,7% frente às de fevereiro/2023 (1,14 mil toneladas), contudo, 55,5% menores que as de março/2022 (2,73 mil toneladas).

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção mundial seja de 789 milhões de toneladas na temporada 2022/2023, 1,3% acima da safra 2021/2022. A estimativa de consumo mundial subiu para 796 milhões de toneladas, 0,3% superior à de 2021/2022. Ressalta-se que, apesar da elevação da expectativa de produção global, o consumo segue maior, levando a previsão de estoques de passagem para 265,0 milhões de toneladas, recuo de 0,8% no mês e um dos menores volumes em seis anos. Para as exportações da safra 2022/2023, o USDA prevê 210,4 milhões de toneladas, queda de 0,9% frente ao relatório de março, mas 2,5% maior que na temporada anterior. No mês, a baixa ocorreu principalmente com menor volume previsto na União Europeia e na Argentina, mesmo com a elevação na Rússia e na Ucrânia. Até o dia 9 de abril, 7% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 27% estavam boas/excelentes; 36%, razoáveis; e 37%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.