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17/Abr/2023

Preço em desacordo entre agentes limita negócios

A comercialização de trigo no mercado interno continua a passos lentos à medida que não há acordo quanto ao preço do cereal. Do lado da oferta, nas principais regiões, os produtores voltam-se à venda de soja e milho. Do lado da demanda, os moinhos seguem com estoques alongados e na expectativa da retomada do consumo. O enfraquecimento dos preços no País acompanha o recuo das cotações do cereal no mercado internacional, que chegam a 15% no ano na Bolsa de Chicago. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a comercialização de trigo é pontual. Lotes pequenos vêm rodando desde a semana passada para moinhos que adquirem o cereal pontualmente. A cotação média gira em torno de R$ 1.165,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias para o trigo PH 70; R$ 1.420,00 por tonelada para o trigo tipo pão PH 80; e R$ 1.640,00 por tonelada para o trigo branqueador. Os produtores, entretanto, querem pelo menos R$ 1.850,00 por tonelada para o trigo branqueador, em iguais prazos e condições.

Os preços estão estáveis nos últimos sete dias, por causa da lentidão na comercialização. Os moinhos do Rio Grande do Sul estão bem abastecidos e, por isso, o produtor reclama bastante de rebaixamento da classificação do trigo por parte da indústria, o que deprime mais os preços. A saída tem sido vender o cereal para outros Estados. No último mês, volumes foram vendidos para o Paraná, Minas Gerais e Goiás. Outro motivo da lentidão de acordos é que, apesar de haver pouco espaço no silo de produtor, que acumula, além da safra passada de trigo, a safra recém-colhida e milho e a de soja que está sendo retirada agora dos campos, a preferência, neste momento, é por vender a soja. Em relação ao trigo futuro, que ainda será semeado no Estado este ano, não há interesse na comercialização antecipada. Há temor em relação ao clima e os moinhos não estão indicando preços, nem mesmo nominais.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam R$ 1.700,00 por tonelada para trigo tipo 1, com bons níveis de PH e falling number, para entrega imediata e pagamento em junho e julho. Ainda saem negócios pontuais de produtores que estão precisando de espaço em armazéns, pois estão terminando de colher soja e devem retomar a retirada do milho safra de verão (1ª safra 2022/2023) em breve. Os compradores tentam pressionar as cotações com o recuo do dólar abaixo de R$ 5,00, mas esbarra no desejo dos poucos vendedores que têm trigo de qualidade superior, com preços na faixa de R$ 1.750,00 a R$ 1.830,00 por tonelada. Outros vendedores estão movimentando soja e milho e não conseguem operar com trigo neste momento. Para negociação antecipada da safra 2023/2024, as indicações de compra, por enquanto, se resumem às trocas por insumos, fechadas ao equivalente a entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada, para entrega em setembro e pagamento em outubro nos Campos Gerais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.