ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Abr/2023

Tendência é de baixa dos preços internos do trigo

Os valores do trigo estão em queda nos mercados interno e externo. No Brasil, o enfraquecimento dos preços se deve à baixa liquidez, tendo em vista que os negócios têm sido pontuais, ocorrendo apenas quando há necessidade de liberar espaço nos armazéns para entrada da safra de verão (1ª safra 2022/2023). Além disso, os produtores estão focados na comercialização da soja e do milho. Do lado comprador, muitos moinhos se mostram abastecidos e indicam que a demanda por derivados ainda está baixa. O feriado na sexta-feira (07/04), também reduziu a liquidez no Brasil. Nos últimos sete dias, o valor do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra baixa de 0,55% em Santa Catarina e 0,41% no Paraná, com estabilidade no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 0,59% no Rio Grande do Sul, 0,18% em Santa Catarina e 0,14% em São Paulo, com elevação de 0,95% no Paraná.

As reduções externas foram influenciadas pela baixa demanda por trigo dos Estados Unidos, pela alta oferta da Rússia e pela desvalorização do milho, substituto na alimentação animal. A piora das condições das lavouras norte-americanas limitou o movimento de queda. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter registra recuo de 2,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,75 por bushel (US$ 248,20 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter apresenta baixa de 1,5% no mesmo período, a US$ 8,64 por bushel (US$ 317,65 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires acumulam avanço 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 346,00 por tonelada. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 27 a 31 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 349,69 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,15, o cereal importado era negociado a R$ 1.801,36 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.619,06 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 328,06 por tonelada, o equivalente a R$ 1.689,93 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.459,04 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 23 dias úteis de março, as importações somaram 428,4 mil toneladas, contra 521,9 mil toneladas em março/2022. Em relação ao preço de importação, a média de março/2023 esteve em US$ 339,30 por tonelada FOB origem, 12,4% acima da registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 301,90 por tonelada). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 646,6 mil toneladas em março, contra 768,6 mil toneladas em todo o mesmo mês de março do ano passado.

Os preços de exportação registraram média de US$ 328,50 por tonelada FOB porto no mês, 6,9% acima dos verificados em março de 2022 (US$ 307,40 por tonelada). De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana de 30 de março, foram exportadas 193,6 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, alta de 27,6% em relação à semana anterior. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram China (69,3 mil toneladas), Taiwan (56,3 mil toneladas) e Egito (50,0 mil toneladas). Em relação à safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 10,2 mil toneladas. O USDA indicou que, até o dia 2 de abril, 6% das lavouras de trigo de inverno haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 28% estavam boas/excelentes; 36%, razoáveis; e 36%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.