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04/Abr/2023

Tendência de estabilidade no preço interno do trigo

O mercado de trigo apresenta apenas leves alterações de preços no Brasil, com as negociações pontuais. Agentes de moinhos se mostram abastecidos, ao passo que, do lado vendedor, muitos estão focados na finalização da colheita da safra de soja e de milho, seguida pela semeadura da 2ª safra de milho de 2023. No mercado externo, os preços estão avançando. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) apresenta leve queda de 0,89% no Paraná, mas registra pequenas altas de 0,19% no Rio Grande do Sul e de 0,04% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços acumulam recuo de 0,39% no Rio Grande do Sul, 0,26% em São Paulo e 0,09% no Paraná, com estabilidade em Santa Catarina. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter tem alta de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,92 por bushel (US$ 254,36 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter registra avanço de 3,5% no mesmo período, a US$ 8,77 por bushel (US$ 322,52 por tonelada).

Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm elevação de 3% nos últimos sete dias, a US$ 345,00 por tonelada. As altas externas estão atreladas ao clima seco em áreas de inverno dos Estados Unidos, à desvalorização do dólar, que favorece exportações norte-americanas, e à possibilidade de a Rússia suspender as exportações de trigo e/ou aumentar as tarifas de exportação do país, na tentativa de elevar as cotações. Segundo dados divulgados na última semana pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques de trigo nos Estados Unidos, em 1º de março deste ano, eram de 25,75 milhões de toneladas, 8% inferiores aos do mesmo período do ano passado, porém, acima da expectativa do mercado. Em relação à área destinada ao cereal, deverá ser de 20,19 milhões de hectares na safra 2023/2024, também superior à da temporada passada. Ainda de acordo com o USDA, na semana de 23 de março, foram exportadas 151,7 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, quantidade 21% superior ao da semana anterior.

Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (67,3 mil toneladas), Filipinas (34,4 mil toneladas) e Colômbia (13,4 mil toneladas). Em relação à safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 37,4 mil toneladas. De acordo com a Comissão Europeia, a produção na safra 2022/2023 de trigo soft na União Europeia está prevista em 127 milhões de toneladas, alta de 1 milhão de toneladas na comparação com a estimativa de fevereiro. Além disso, a expectativa de exportação também foi elevada, para 36 milhões de toneladas, contra 32 milhões no mês anterior. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 20 a 24 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 356,37 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,26, o cereal importado era negociado a R$ 1.875,10 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.627,48 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 334,43 por tonelada, o equivalente a R$ 1.759,64 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.453,34 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 336 mil toneladas de trigo até a quarta semana de março, contra 521,8 mil toneladas em todo o mesmo mês de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 338,90 por tonelada FOB origem, 12,2% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 301,90 por tonelada). Para as exportações, o volume foi de 606,2 mil toneladas no mesmo período, contra 768,6 mil toneladas em março do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 338,40 por tonelada FOB porto, 10,1% acima dos verificados em março de 2022 (US$ 307,40 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.