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03/Abr/2023

Saída da Cargill e Viterra da Rússia eleva os preços

Segundo o banco alemão Commerzbank, o aumento nas cotações do trigo após o anúncio da saída das tradings de grãos Cargill e Viterra da Rússia foi exagerado diante de outras questões que envolvem as exportações da região do Mar Negro. Enquanto a demanda por grãos russos permanecer robusta, o que pode ser presumido, considerando que a Rússia é um dos principais produtores e os países estão empenhados em manter a inflação de alimentos baixa, também é provável que haja empresas suficientes dispostas a facilitar as exportações. Assim, a resposta do preço é considerada exagerada.

Segundo informou a Bloomberg, ambas as empresas estiveram entre os seis maiores exportadores de trigo russo na primeira metade da temporada atual, o que leva a crer que outras companhias presumivelmente entrarão na brecha e assumirão o transporte de grãos. Além disso, uma das empresas anunciou que vai tornar sua divisão de exportação russa independente, o que lhe permitirá continuar operando. O maior problema, e fator para possíveis altas nos próximos dois meses, ainda é a incerteza em relação ao corredor de exportação do Mar Negro.

Não está claro se os países Ocidentais cumprirão a exigência da Rússia de liberar seu setor agrícola de todos os efeitos das sanções, condição que foi imposta pelo país para renovar a iniciativa para além dos 60 dias iniciais. Outros fatores preocupantes são a oferta da região do Mar Negro, que parece ser menor na próxima temporada, e as condições de seca permanente nos Estados Unidos, outro grande produtor do cereal, que também apresenta ameaça para o abastecimento. Ainda assim, essas questões podem ser parcialmente compensadas por uma previsão da Comissão Europeia de que o bloco pode ter uma oferta maior, de 131 milhões de toneladas ante 126 milhões de toneladas na temporada passada.

Diante dos impeditivos em torno da guerra na Ucrânia, o transporte terrestre também apresentou aumento desde o início do conflito. No entanto, isso é atualmente objeto de críticas: os agricultores da Polônia, por exemplo, estão reclamando do influxo de trigo ucraniano, dizendo que está deprimindo os preços locais, e pediram à União Europeia que tome medidas para limitar as importações. O governo polonês também pediu que outros países prejudicados, como Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária, façam exigências semelhantes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.