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28/Mar/2023

Tendência de baixa dos preços internos e externos

Os preços do trigo estão em queda nos mercados interno e externo. No Brasil, a ausência de compradores pressiona os valores. Os agentes de moinhos indicam estar abastecidos. Os vendedores têm interesse em negociar, visando liberar espaço em armazéns com a chegada da safra de verão (1ª safra 2022/2023). No mercado externo, a queda está atrelada ao avanço do acordo de exportação por meio do Mar Negro. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra queda de 5,5% no Paraná, 2,29% em Santa Catarina e 0,22% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços têm recuo de 2,37% em São Paulo e 0,63% no Paraná, com altas de 1,07% no Rio Grande do Sul e de 0,26% em Santa Catarina.

Nos Estados Unidos, as bolsas de Chicago e de Kansas estão em direções opostas. Na Bolsa de Chicago, os contratos são pressionados pela renovação do acordo de exportação de grãos por meio do Mar Negro, pela alta disponibilidade de trigo da Rússia e também da Austrália, pela melhora da qualidade das lavouras dos Estados Unidos e pelos baixos preços do trigo russo. Na Bolsa de Kansas, após quedas em sessões anteriores, as cotações encontram sustentação em correções técnicas e na possibilidade de a Rússia parar com as exportações por algum tempo, em decorrência das baixas cotações e/ou aumentar a tarifa de exportação do país. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter apresenta baixa de 3,1% nos últimos sete dias, a US$ 6,88 por bushel (US$ 252,98 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter avançou 1,5% no mesmo período, a US$ 8,48 por bushel (US$ 311,59 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram queda de 5,4% nos últimos sete dias, a US$ 335,00 por tonelada. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 13 a 17 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 360,02 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,26, o cereal importado era negociado a R$ 1.895,76 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.644,16 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 337,88 por tonelada, o equivalente a R$ 1.779,16 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.450,21 por tonelada na média do Estado.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana de 16 de março, foram exportadas 125,6 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, quantidade 63% menor que o da semana anterior. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (74,9 mil toneladas), China (73,6 mil toneladas) e Equador (37,9 mil toneladas). Para a safra 2023/2024, as vendas da semana somaram 13 mil toneladas. De acordo com a consultoria SovEcon, a previsão da safra de trigo da Rússia permanece em 85,3 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, queda na comparação com a anterior, que foi de 104,2 milhões de toneladas. Todavia, o estoque de passagem do país deverá ser recorde.

Para o Brasil, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou importação de 245,0 mil toneladas de trigo até a terceira semana de março, contra 521,8 mil toneladas em todo o mesmo mês de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 333,30 por tonelada FOB origem, 10,4% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 301,90 por tonelada). Para as exportações, o volume foi de 302,7 mil toneladas no mesmo período, contra 768,6 mil toneladas em março do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 341,00 por tonelada FOB porto, 10,9% acima dos verificados em março de 2022 (US$ 307,40 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.