27/Mar/2023

Após os preços do trigo avançarem na Bolsa de Chicago nos últimos dias, o renovado acordo entre a Rússia e Ucrânia, para manutenção do corredor de exportação pelo Mar Negro, deve limitar os ganhos e levar a uma pressão de preços. Novos recuos não são afastados. Outro fator que pode provocar algum tipo de pressão nas cotações é a perspectiva de aumento na oferta em outros players importantes, como Estados Unidos e União Europeia. Segundo os últimos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a qualidade do trigo de inverno no país está melhor.

Além disso, o Serviço de Monitoramento de Safras (Mars) da União Europeia prevê, principalmente graças ao clima ameno de inverno em grande parte na região, que a produção do cereal aumentará na próxima temporada. Porém, o mercado pode estar desconsiderando os ainda prováveis riscos de oferta, principalmente no que diz respeito ao negócio de grãos. Vale lembrar, que os Estados Unidos rejeitaram os apelos da Rússia para que suas exportações agrícolas fossem facilitadas, uma vez que estão sendo indiretamente prejudicadas pelas sanções do Ocidente.

Os norte-americanos alegam que as exportações russas estão no mesmo nível dos últimos anos, enquanto os embarques da Ucrânia caíram drasticamente. Se a Rússia concordar com qualquer extensão do acordo para o fornecimento de grãos apenas se forem tomadas medidas concretas para suspender todas as restrições ao seu comércio agrícola, os mercados podem enfrentar uma correção de alta acentuada nos próximos dois meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.