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22/Mar/2023

Preço do trigo e incertezas no acordo do Mar Negro

Segundo o banco alemão Commerzbank, ainda que tenha ocorrido uma queda nas cotações do trigo na segunda-feira (20/03), após a renovação do acordo de exportação de grãos do Mar Negro no fim de semana, baixas mais significativas do preço não seriam justificáveis por causa de incertezas com que se deram as negociações. Isso porque Rússia e Ucrânia não concordam sobre qual é a duração da iniciativa. Autoridades da Rússia e da Turquia falam em 60 dias, enquanto a Ucrânia menciona 120 dias. Os mercados de trigo inicialmente reagiram com alívio à extensão do acordo e cederam na segunda-feira (20/03). O preço do trigo na Euronext caiu 1%, para 258 euros por tonelada, enquanto o futuro para maio na Bolsa de Chicago recuou 1,37%, a US$ 7,00 por bushel.

Mas, ainda parece haver diferenças substanciais que podem ameaçar a continuação da existência do acordo. Diante desse cenário, qualquer nova queda significativa nos preços do trigo não parece justificada. Além da incerteza sobre a duração do acordo, lideranças russas já anunciaram que só concordarão com a extensão do corredor de grãos, que permite principalmente as exportações da Ucrânia, por mais de 60 dias, se a exportação de seus próprios produtos agrícolas for facilitada. Apesar de a Rússia não ser diretamente prejudicada pelas sanções do Ocidente, eles são prejudicados por causa dos efeitos indiretos, como acesso limitado a seguros e serviços de logística e problemas com transações de pagamento.

O embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido têm, a partir de agora, dois meses para liberar o setor agrícola russo das restrições. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, as demandas incluem permitir que o banco estatal responsável pelo financiamento do setor agrícola acesse novamente o sistema de pagamento Swift e colocar novamente em operação um oleoduto de amônia que atravessa a Ucrânia. Não é a primeira vez que o governo russo exige que o oleoduto volte a operar. Em ocasiões anteriores, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia dito que a reabertura deste oleoduto estava condicionada à libertação de prisioneiros de guerra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.