21/Mar/2023

Enquanto os preços externos do trigo registram alta, no Brasil, seguem enfraquecidos. No cenário internacional, o impulso veio das incertezas relacionadas às exportações de grãos por meio do Mar Negro. De fato, no dia 18 de março, a Rússia e a Ucrânia renovaram o acordo de exportações, mas o prazo não foi divulgado. No mercado doméstico, o foco de produtores está voltado à colheita e negociação da safra de verão (1ª safra 2022/2023) e à preparação para o cultivo da temporada de inverno, ao passo que a demanda segue fraca. Apenas compradores do Paraná que buscam adquirir novos lotes do cereal, sobretudo no Rio Grande do Sul.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2023 do Soft Red Winter apresenta alta de 4,6% nos últimos sete dias, a US$ 7,10 por bushel (US$ 261,06 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2023 do trigo Hard Winter registra avanço de 4,7% no mesmo período, a US$ 8,35 por bushel (US$ 307,09 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam elevação de elevação de 1,1% nos últimos sete dias, cotado a US$ 354,00 por tonelada. No Brasil, nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) tem baixa de 0,39% no Paraná, mas leve alta de 0,18% em Santa Catarina e se mantém estável no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam recuo de 0,38% no Rio Grande do Sul e de 0,08% no Paraná, com alta de 0,14% em Santa Catarina e estabilidade em São Paulo. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 6 a 10 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 359,74 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,16, o cereal importado era negociado a R$ 1.859,18 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.650,77 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 337,57 por tonelada, o equivalente a R$ 1.744,59 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.462,17 por tonelada na média do Estado. A consultoria SovEcon, da Rússia, estimou que as exportações do país podem somar 4,2 milhões de toneladas em março, o que seria o dobro do volume de março de 2022. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana de 9 de março, foram exportadas 336,7 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, quantidade 26% maior que na semana anterior. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Filipinas (121,9 mil toneladas), Japão (81,4 mil toneladas) e México (49,1 mil toneladas).

Para o Brasil, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou importação de 190,2 mil toneladas de trigo até a segunda semana de março, contra 521,8 mil toneladas em todo o mês de março de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 334,30 por tonelada FOB origem, 10,7% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 301,90 por tonelada). Para as exportações, o volume foi de 189,6 mil toneladas no mesmo período, contra 768,6 mil toneladas em março do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 356,30 por tonelada FOB porto, 15,9% acima dos verificados em janeiro de 2022 (US$ 307,40 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.