ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Mar/2023

Tendência baixista dos preços domésticos do trigo

Estimativas oficiais apontam que a produção recorde de trigo no Brasil vem compensando a menor disponibilidade do produto na Argentina, que, ressalta-se, é o maior fornecedor de trigo ao País. E a maior colheita doméstica vem, inclusive, favorecendo as vendas externas de trigo, que devem crescer frente às da safra anterior e tornar o País o 10º maior exportador mundial do cereal. Essas estimativas são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e foram divulgadas na semana passada. O USDA aponta produção mundial de 788,9 milhões de toneladas, 0,7% maior que os dados de fevereiro/2023 e 1,2% acima dos da temporada 2021/2022. A estimativa de consumo mundial subiu 0,3% no comparativo mensal, indo para 793,2 milhões de toneladas, ficando levemente superior à da safra 2021/2022 (+0,1%) e acima da produção global.

Para as exportações da safra 2022/2023, o USDA prevê volume de 212,3 milhões de toneladas, 0,4% acima do relatório de fevereiro e 3,4% maior que na temporada anterior. Com o consumo acima da produção, os estoques de passagem são previstos em 267,2 milhões de toneladas, recuo de 0,8% no mês e os menores em seis anos. No Brasil, a safra foi finalizada em 2022, e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) consolidou a produção em 10,55 milhões de toneladas, um recorde, com produtividade de 3,4 toneladas por hectare e área semeada de 3,08 milhões de hectares. A produtividade foi a maior já registrada para o trigo no Brasil. A Conab estima que, entre agosto/2022 e julho/2023, as importações somem 5,8 milhões de toneladas, e as exportações, 3,1 milhões de toneladas.

Caso esse volume de embarque seja confirmado, ficaria 1,8% acima do da safra anterior. Em fevereiro/2023, especificamente, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 291,6 mil toneladas de trigo, recuo de 33,7% em comparação com janeiro/2023 e baixa expressiva de 41,5% em relação a fevereiro/2022. O trigo chegou ao País com preço médio de R$ 1.868,39 por tonelada, alta de 1% no mês e elevação de 26,8% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,4 milhões de toneladas. A Argentina segue como a principal fornecedora de trigo ao Brasil, com o volume de fevereiro representando 84,3% do total, seguida pela Rússia e pelo Paraguai. Do lado das exportações, o Brasil escoou 536,9 mil toneladas de trigo em fevereiro, baixa de 4,4% em comparação a janeiro/2022 e 35,8% inferior a fevereiro do ano passado.

Em 12 meses (de março/2022 a fevereiro/2023), os embarques somaram 2,8 milhões de toneladas. As importações de farinhas totalizaram 19,29 mil toneladas em fevereiro/2023, queda de 8,7% em relação ao mês anterior e redução de 21,8% frente a fevereiro/2022. As exportações das farinhas somaram 1,14 mil toneladas em fevereiro/2023, queda de 50,9% frente às de janeiro/2023 (2,33 mil toneladas) e 28,2% menores que as de fevereiro/2022 (1,59 mil toneladas). Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram recuo de 0,22% em Santa Catarina e de 0,09% no Paraná. Há estabilidade no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam baixa de 0,29% no Rio Grande do Sul e 0,16% no Paraná, com altas de 0,56% em Santa Catarina e de 0,32% em São Paulo.

O contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago acumula queda de 4,2% nos últimos sete dias, cotado a US$ 6,66 por bushel (US$ 244,99 por tonelada). O menor valor para um primeiro vencimento na Bolsa de Chicago desde julho/2021 ocorreu no dia 9 de março, a US$ 6,53 por bushel (US$ 240,12 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Março/2023 do trigo Hard Winter tem desvalorização de 1,4% no mesmo período, a US$ 8,11 por bushel (US$ 298,08 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o menor valor do primeiro vencimento desde fevereiro/2022 também foi o do dia 9 de março, a US$ 7,86 por bushel (US$ 288,90 por tonelada). As baixas são relacionadas à expectativa de renovação do acordo de exportação pelo Mar Negro entre Rússia e Ucrânia e a liquidações de contratos. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires estão em baixa, a US$ 350,00 por tonelada, o menor valor deste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.