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14/Mar/2023

Industrializados: exportações recuaram em 2022

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a exportação brasileira de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados avançou 11% em receita no ano passado na comparação com o ano anterior, para o recorde de US$ 273,3 milhões. Em volume, a indústria brasileira vendeu 18% menos para o exterior, somando 165,8 mil toneladas. Em 2022, o nosso principal resultado veio dos biscoitos, categoria que se recuperou após a pandemia e que, pelo peso, afeta o desempenho de todas as exportações. Certamente, nossa indústria de biscoitos ganha espaço internacional pela diversidade de portfólio e pela praticidade do produto. O câmbio também contribuiu para o desempenho. Quanto à retração de volume, mesmo com a queda as exportações ainda são superiores ao nível pré-pandemia. A entidade atribui o recuo a uma base comparativa elevada do ano anterior, quando os hábitos de alimentação estavam concentrados dentro do lar. O volume voltou a um patamar normalizado, após um aumento abrupto das exportações durante o período da pandemia.

Há certa normalidade em termos de demanda, porém acima do padrão pré-pandemia, mesmo com a retomada do food service. Os segmentos de biscoitos, massas e pães são os principais consumidores do trigo nacional, representando um terço do consumo nacional de farinha de trigo. As vendas para Venezuela, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Argentina e Angola perfazem 80% das exportações do setor. A conexão cultural dos hábitos de consumo e a logística facilitada, podendo utilizar o modal rodoviário, favorecem a concentração das exportações na América Latina. Para 2023, a indústria prevê faturar 10% mais e aumentar o volume vendido em 15%. O desempenho será impulsionado principalmente por ampliações de mercado, como a maior participação no mercado chinês, e incremento nas exportações de pão de forma e pão de queijo. Os biscoitos tendem a se manter na liderança da comercialização externa da cesta de industrializados de trigo. A categoria de pães & bolos industrializados representou o maior volume vendido ao exterior da cesta de industrializados de trigo, de 48%, com exportação de 80 mil toneladas em 2022. Em receita, as exportações do segmento somaram US$ 107,4 milhões.

Entre os principais produtos desta cesta estão os panetones, com exportação de 6 mil toneladas e faturamento de US$ 21,8 milhões em 2022 (alta de 6%); as torradas, com 2 mil toneladas vendidas e faturamento de US$ 4,3 milhões (+25%), e o pão de forma, com venda externa de 3,5 mil toneladas no ano passado e receita de US$ 6 milhões (aumento de 68%). Os Estados Unidos são o principal destino dos panetones e torradas brasileiras. A exportação de biscoitos corresponde ao maior faturamento externo do setor, de 53% do total, com receita de US$ 145 milhões em 2022, alta anual de 26%. Em volume, as vendas externas do segmento aumentaram 6% ante 2021, para 73,2 mil toneladas, superando pela primeira vez as 70 mil toneladas vendidas. Os Estados Unidos se destacaram no comércio de wafers, com compras de US$ 12,5 milhões e 4,8 mil toneladas. Os wafers também se sobressaíram nas exportações para Argentina e México, na América Latina, ambos os países compraram mais de US$ 8 milhões e 2 mil toneladas.

A exportação da categoria de massas alimentícias garantiu faturamento de US$ 20,8 milhões, crescimento de 18% ante 2021. O segmento de massas com ovos registrou US$ 3,3 milhões em receita, com alta de 28%, segundo a Abimapi. Outro segmento de destaque foram as massas instantâneas, com exportação de 4 mil toneladas em 2022 e ultrapassando pela primeira vez o montante de US$ 10 milhões me faturamento. As massas instantâneas brasileiras estão fazendo sucesso particularmente na Colômbia, onde o item atingiu mais de mil toneladas comercializadas em 2022. O mercado chinês deve puxar as vendas externas. A expectativa da indústria é retomar a entrada dos produtos brasileiros na China após o fim das restrições impostas pela pandemia. Os consumidores chineses buscam novidades, alimentos saudáveis e de qualidade. Há muito potencial para o panetone. O dólar por volta de R$ 5,00 também favorece as vendas dos derivados de trigo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.