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07/Mar/2023

Tendência de queda nos preços do trigo em março

As negociações envolvendo trigo em grão estão lentas no Paraná, tendo em vista que produtores estão focados na colheita da soja e do milho da safra de verão (1ª safra 2022/2023). No Rio Grande do Sul, a comercialização do trigo está mais aquecida, devido à maior disponibilidade do cereal no spot. Vale lembrar que a colheita de trigo no Estado foi recorde em 2022. Quanto aos preços, estão em queda neste começo de março, tanto no mercado interno quanto no internacional. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra baixa de 0,70% em Santa Catarina e de 0,23% no Paraná, com pequeno avanço de 0,14% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam baixa de 1,36% em Santa Catarina, 0,92% no Paraná e 0,53% em São Paulo, com estabilidade no Rio Grande do Sul.

O setor nacional está atento à aprovação, por parte da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do cultivo e da comercialização de trigo geneticamente modificado (GM) no Brasil. Vale lembrar que já estavam autorizados o uso, a comercialização e a importação de farinhas de trigo GM desde o final de 2021. Ressalta-se que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) se declarou contrário à semeadura comercial e à comercialização de trigo geneticamente modificado no País. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 18 dias úteis de fevereiro, as importações somaram 291,6 mil toneladas de trigo, contra 498,7 mil toneladas em fevereiro/2022. Em relação ao preço de importação, a média de fevereiro/2023 esteve em US$ 360,80 por tonelada FOB origem, 27,1% acima da registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 283,90 por tonelada).

Quanto às exportações, o Brasil embarcou 536,7 mil toneladas em fevereiro, contra 820,2 mil toneladas há um ano. Os preços de exportação registraram média de US$ 325,60 por tonelada FOB porto no mês, 9,4% acima dos verificados em fevereiro de 2022 (US$ 297,70 por tonelada). De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana de 23 de fevereiro, o país exportou 284,1 mil toneladas de trigo norte-americano da temporada 2022/2023, quantidade 16% menor que na semana anterior. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Japão (70,8 mil toneladas), Iraque (55 mil toneladas) e México (43 mil toneladas). Quanto aos preços, o contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago, tem queda de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 6,95 por bushel (US$ 255,64 por tonelada). O menor valor para um primeiro vencimento na Bolsa de Chicago desde setembro/2021 ocorreu no dia 28 de fevereiro, a US$ 6,91 por bushel (US$ 254,08 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato Março/2023 do trigo Hard Winter registra desvalorização de 2,3% no mesmo período, a US$ 8,22 por bushel (US$ 302,22 por tonelada). A desvalorização ocorre devido à alta oferta de trigo russo e às chuvas em lavouras dos Estados Unidos. Preocupações quanto à renovação do acordo de exportação por meio do Mar Negro entre Rússia e Ucrânia, que vence no dia 19 de março, acabaram limitando as quedas externas. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 357,00 por tonelada. No dia 28 de fevereiro, o valor do trigo na Argentina chegou a US$ 351,00 por tonelada, o menor desde fevereiro do ano passado. A SovEcon reduziu a previsão da safra de trigo da Rússia para 85,3 milhões de toneladas neste ano, queda de 700 mil toneladas na safra de inverno, devido ao clima seco na região sul. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.