06/Mar/2023
A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) avalia que a liberação para cultivo comercial de trigo geneticamente modificado (GM) no País pode permitir expansão da área plantada com o cereal. Trata-se de um trigo mais resistente à seca. Com isso, o produtor pode ganhar novas áreas de cultivo, o Brasil ampliar o volume colhido e, consequentemente, em dois a quatro anos o País poderá ser autossuficiente na produção do cereal e aumentar suas exportações, se tiver boas safras. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o plantio comercial e a comercialização no Brasil de trigo geneticamente modificado. Até então, estava autorizado, desde novembro de 2021, somente a comercialização e importação da farinha proveniente do trigo transgênico no País.
Com a decisão, a CTNbio considera que o cereal transgênico não apresenta risco à saúde humana ou ambiental. A variedade HB4 apresenta maior tolerância a estresse ambiental, especialmente em regiões com restrição hídrica, caso do Cerrado brasileiro. A Embrapa já realiza de forma experimental testes com o cereal transgênico no Distrito Federal, sendo que os primeiros resultados de adaptabilidade e produtividade devem ser conhecidos em meados de julho e agosto deste ano, quando as plantas serão colhidas. Para a indústria de massas, biscoitos e pães, a autorização para importação e uso do trigo transgênico representa a abertura de novas possibilidades para abastecimento, já que não há diferenças significativas visuais e de sabor entre o cereal convencional e o com transgenia. Ainda não há notícias de entrada de farinha de cereal HB4 no Brasil, mas os moinhos que tiverem interesse agora podem moer o cereal. Será questão de tempo e conjuntura de mercado.
Neste ano, o Brasil celebra o recorde na produção nacional de trigo. Inicialmente, a indústria de derivados de trigo era contrária ao aval para o uso do cereal transgênico e à farinha proveniente dele no País, por ser inédito no mundo, mas reviu sua posição ao constatar que três quartos dos consumidores aprovariam o trigo geneticamente modificado sem restrições. Também não há mais riscos às exportações dos derivados de trigo brasileiro por conter cereal com transgenia, pois não apresenta nenhum tipo de problema à saúde humana, já que o País cultiva soja e milho transgênicos há décadas e nunca houve problema de insegurança alimentar. O trigo tem seguido o mesmo caminho e não existem problemas em exportar produtos fabricados com farinha de trigo transgênico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.