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24/Fev/2023

Exportação deve direcionar os preços domésticos

Segundo o Itaú BBA, o ritmo dos embarques e o volume exportado de trigo pelo Brasil devem direcionar os preços domésticos do cereal. Ao longo dos últimos meses, o ritmo mais lento das exportações brasileiras aumentou a disponibilidade local do cereal, o que, somado à safra recorde de 10 milhões de toneladas e ao fato de os moinhos estarem abastecidos, pressionou os preços locais do trigo. Além disso, a valorização do Real frente ao dólar reduziu os preços de paridade de exportação em algumas janelas ao longo de janeiro. Essa combinação fez com que os preços cedessem nas principais regiões produtoras, contudo esse movimento não foi mais intenso devido à menor necessidade do produtor de comercializar o trigo no mercado de balcão. Para os próximos meses, os preços do cereal ainda tendem a ser balizados pela paridade de exportação e especialmente pela safra do Rio Grande do Sul.

O eventual atraso na entrada de soja no mercado do Rio Grande do Sul em virtude do clima adverso pode ser uma janela para escoamento de trigo para exportação pelo Porto de Rio Grande (RS), principal exportador do cereal no Estado, e fator de sustentação de preços. Uma menor produção de soja no Estado pode aliviar a pressão sobre a armazenagem e, consequentemente, diminuir a pressão para venda do trigo. Ainda é cedo para estimar as perdas da safra de verão (1ª safra 2022/2023), contudo, uma redução de oferta de grãos de verão pode gerar menos pressão nos silos e necessidade de vendas do cereal de inverno, o que deve evitar quedas de preços abruptas. Em contrapartida, o aumento dos fretes, que compõem a paridade de exportação, podem limitar a alta das cotações locais de trigo.

Com o aumento do fluxo de exportação da safra de verão (1ª safra 2022/2023), os fretes devem seguir aquecidos, o que penaliza as cotações locais. Além disso, o volume da safra é recorde, de modo que altas de preços significativas parecem improváveis. No mercado internacional, os preços do trigo tendem a seguir voláteis. O clima dos Estados Unidos na safra de trigo ainda deve ditar a Bolsa de Chicago, visto que a temporada de inverno ainda tem algumas semanas pela frente e, consequentemente, há incertezas quanto à oferta. Discussões geopolíticas entre o eixo Ocidente/Rússia/Estados Unidos/China devem garantir volatilidade às cotações. Os fundamentos de mercado apontam para recuo dos prêmios e das cotações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.