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23/Fev/2023

Tendência de preços sustentados do trigo no Brasil

As negociações de trigo no Brasil seguem em ritmo lento. Além do recesso de Carnaval, muitos agentes de moinhos estão afastados do mercado, sinalizando estar abastecidos. Outros demandantes estão atentos à possível necessidade de produtores e de cooperativas de liberar espaço de armazenagem para a chegada mais intensa da safra de verão (1ª safra 2022/2023), o que, por sua vez, deve fazer com que os preços recuem. Apesar desse cenário, os preços do trigo estão sustentados nos últimos dias. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preços pago ao produtor) o valor apresenta alta de 0,59% no Rio Grande do Sul e de 0,25% em Santa Catarina, mantendo estabilidade no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços acumulam valorização de 0,79% em São Paulo, 0,32% em Santa Catarina e 0,06% no Rio Grande do Sul. Há recuo de 0,12% no Paraná.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 6 a 10 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 364,40 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,20, o cereal importado era negociado a R$ 1.897,12 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.658,28 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 341,99 por tonelada, o equivalente a R$ 1.780,44 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.466,23 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 87,8 mil toneladas de trigo até a segunda semana de fevereiro, contra 498,7 mil toneladas em todo o mês de fevereiro de 2022. Os preços de importação registram média de US$ 362,20 por tonelada FOB origem, 27,6% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 283,90 por tonelada).

Para as exportações, o volume foi de 304,6 mil toneladas no mesmo período, contra 820,2 mil toneladas em fevereiro do ano passado. Os preços de exportação tiveram média de US$ 319,80 por tonelada FOB porto, 7,5% acima dos verificados em janeiro de 2022 (US$ 297,70 por tonelada). Nos Estados Unidos, o contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago registra queda de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 7,65 por bushel (US$ 281,27 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Março/2023 do trigo Hard Winter apresenta baixa de 0,3% no mesmo período, a US$ 9,06 por bushel (US$ 333,08 por tonelada). A baixa foi relacionada ao alto volume de trigo exportado pela Rússia. De acordo com a SovEcon, as exportações de trigo da Rússia poderão atingir até 3,9 milhões de toneladas este mês, volume expressivamente acima da média dos últimos cinco anos (2,5 milhões de toneladas). Para a temporada 2022/2023, a expectativa é exportar 44,2 milhões de toneladas do país.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 9 de fevereiro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 14,2 milhões de toneladas, 1,5% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (14,5 milhões de toneladas). Na semana de 9 de fevereiro, especificamente, foram exportadas 472,3 mil toneladas, quantidade 20% menor que a da semana anterior (590,5 mil toneladas), mas 2,8% acima da registrada em período equivalente de 2022 (de 459,3 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Japão (117,8 mil toneladas), Vietnã (64,0 mil toneladas) e Filipinas (58,4 mil toneladas). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 362,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.