07/Fev/2023
Neste começo de fevereiro, os preços do trigo estão em queda na maioria das regiões. A pressão sobre os valores vem da maior disponibilidade do cereal no spot nacional. Vale lembrar que a colheita foi recorde r há menor interesse de compra por parte de moinhos neste início de fevereiro. A valorização do dólar neste período é suficiente para sustentar as cotações. Nesse cenário, os negócios têm sido praticamente pontuais. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra recuo de 0,31% no Paraná, de 0,22% em Santa Catarina e de 0,10% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 2,73% no Paraná e de 1,02% em São Paulo. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as médias seguem praticamente estáveis, com leves altas de 0,18% e de 0,09%, respectivamente.
Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 23 a 27 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 373,33 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,14, o cereal importado era negociado a R$ 1.921,34 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.688,43 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 350,40 por tonelada, o equivalente a R$ 1.803,33 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.462,94 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), nos 22 dias úteis de janeiro, as importações somaram 439,7 mil toneladas, contra 501,6 mil toneladas em janeiro/2022. Em relação ao preço de importação, a média de janeiro/2023 esteve em US$ 356,20 por tonelada FOB origem, 29,1% acima da registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 275,90 por tonelada).
Assim, é possível notar que, após a produção recorde do Brasil em 2022, o volume importado no início deste ano tem sido menor. As exportações somaram 561,5 mil toneladas em janeiro, volume 4,2% inferior ao de janeiro/2022 (586,3 mil toneladas). A cotação média de janeiro/2023 foi de US$ 324,00 por tonelada FOB origem, 9,9% maior que a registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 294,70 por tonelada). Nos Estados Unidos, o contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago registra alta de subiu 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,56 por bushel (US$ 278,06 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Março/2023 do trigo Hard Winter tem avanço de 0,4% no mesmo período, a US$ 8,73 por bushel (US$ 320,77 por tonelada). A alta está relacionada às más condições das lavouras do maior estado produtor de trigo dos Estados Unidos, o Kansas, e à recompra de posição por parte de traders. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam recuo de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 373,00 por tonelada.
A consultoria russa SovEcon estima que a produção de trigo da Rússia seja de 86 milhões de toneladas. Para a Ikar, a previsão da safra russa de trigo este ano é de 84 milhões de toneladas, baixa na comparação com a previsão anterior (de 87 milhões de toneladas). De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 26 de janeiro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 13,2 milhões de toneladas, 2,9% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (13,6 milhões de toneladas). Na semana de 26 de janeiro, especificamente, foram exportadas 445,4 mil toneladas, quantidade 27,5% maior que a da semana anterior (349,3 mil toneladas) e 18,2% acima da registrada em período equivalente de 2022 (de 376,7 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Japão (98,3 mil toneladas), México (63,7 mil toneladas) e Tailândia (58,1 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.