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06/Fev/2023

Preços do trigo recuam com desvalorização do dólar

A negociação de trigo no mercado interno evolui pouco. Apenas lotes pontuais rodam da mão para boca. A maioria dos moinhos alega estar com abastecimento adequado até meados de março e abril e, por isso, continuam pouco ativos no mercado, relatam operadores. O recuo dos preços ao longo da última semana também limitou o fechamento de novos acordos, com os valores pagos pelo grão ficando aquém da pedida dos vendedores. As cotações do trigo cederam de R$ 20 a R$ 50 por tonelada na comparação com a semana anterior nas principais regiões produtoras. A desvalorização do dólar ante o Real, que pesou sobre as referências de preço para exportação, foi o principal fator de pressão nas cotações domésticas. Os valores médios do cereal estão nos menores patamares desde janeiro de 2022 no Paraná e outubro de 2021 no Rio Grande do Sul, antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O indicador Cepea do trigo está cotado a R$ 1.480 por tonelada no Rio Grande do Sul e R$ 1.653 por tonelada no Paraná. No Rio Grande do Sul, o mercado está praticamente esvaziado. Os moinhos da Região Metropolitana ficaram fora do mercado na última semana. Os produtores estão de olho na safra de soja e no clima para monitorar a pressão de liberar estoques dos armazéns antes da entrada da soja. No interior do Estado, os moinhos indicam de R$ 1.420 a R$ 1.430 por tonelada no FOB com retirada em fevereiro, R$ 1.450 por tonelada FOB com retirada em março - valores em média de R$ 20 a R$ 30 por tonelada abaixo do reportado na semana anterior. Os vendedores se mantêm firmes na proposta de R$ 1.500 por tonelada FOB Serra Gaúcha.

Na exportação, o valor pago pelo cereal recuou até R$ 50 por tonelada, entre R$ 1.460 e R$ 1.480 por tonelada CIF Porto de Rio Grande com entrega em fevereiro. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os compradores esperam a pressão de venda por necessidade de espaço nos armazéns para efetuar aquisições maiores. O mercado ainda está muito pontual. Os moinhos estão com operação logística sobrecarregada até meados de março e abril. Além disso, os fretes estão subindo no momento pelo escoamento da soja. A indústria moageira oferece entre R$ 1.600 a R$ 1.650 por tonelada CIF moinho em Ponta Grossa com entrega no fim de fevereiro e pagamento no fim de março. Já os vendedores pedem de R$ 1.800 a R$ 1.900 por tonelada nas mesmas condições.

Na comparação com a semana anterior, as indicações de compra cederam cerca de R$ 50 por tonelada. Além do dólar, a chegada de trigo gaúcho a valores mais competitivos também travou a efetivação de negócios no mercado paranaense. Os contratos variam de R$ 1.650 a R$ 1.680 por tonelada CIF em indústria no centro-sul a R$ 1.700 por tonelada CIF no norte do Estado. Chega muito trigo gaúcho e ainda está para chegar mais, porque o preço no Rio Grande do Sul também recuou. Além disso, os vendedores do Sul fornecem prazo para pagamento em meados de abril e maio. Nesta safra, o trigo gaúcho apresentou qualidade superior ao paranaense e, por isso, tem a preferência dos moinhos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.