17/Jan/2023
O Itaú BBA projeta que as exportações de trigo nacional, e consequente paridade de exportações, devem direcionar os preços domésticos no curto prazo. Com os moinhos com suas necessidades cobertas para as próximas semanas diminuindo a liquidez no mercado local, a paridade de preços de exportação adicionará dinamismo e será um fator de ponderação nos preços. O patamar de preços internos menor em meio ao dólar mais forte ante o Real pode continuar estimulando as exportações. Até o fim do primeiro trimestre, o trigo não deve competir com o fluxo de embarques da soja, o que, combinado com as cotações em dólar do trigo nacional, pode ajudar a manter o fluxo de embarques intenso.
Há pouco espaço para quedas intensas dos preços do cereal considerando o atual cenário de oferta em meio à finalização da colheita no Hemisfério Sul e à entressafra no Hemisfério Norte. A oferta global já está definida num cenário de balanço apertado historicamente, o que não dá suporte para preços baixos, contudo, a demanda pelo cereal e a velocidade das aquisições direcionarão as cotações do produto. Ainda é cedo para quantificar o impacto das nevascas nos Estados Unidos no último mês de dezembro, visto que, com o trigo já plantado, pode ter ocorrido congelamento da semente embaixo do solo em algumas regiões, o que pode diminuir a oferta do cereal de inverno na próxima temporada.
No mercado doméstico, pode haver pressão nas cotações do cereal com a necessidade dos produtores de comercializaram o cereal estocado para a entrada da safra de verão (1ª safra 2022/2023). Parte dos produtores ainda não comercializou o cereal em busca de maiores preços na entressafra. Caso haja momentos de valorização do Real, as paridades de importação de origens menos custosas também adicionarão pressão nos preços. Em dezembro, foi adquirido trigo russo com preços 10% inferiores ao volume comprado na Argentina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.