10/Jan/2023

As cotações do trigo iniciaram o ano em baixa, devido à alta disponibilidade do cereal, após a colheita da safra recorde no País, que terminou em dezembro. Além disso, as quedas expressivas dos preços internacionais na última semana e a desvalorização da moeda norte-americana, que reduz a paridade e favorece a importação, também pressionaram os valores no mercado doméstico. A Emater/RS divulgou a terceira estimativa da safra de inverno de 2022, apontando que a produção no Rio Grande do Sul totalizou 5,170 milhões de toneladas, elevação de expressivos 45,8% na comparação com o ano anterior. Esse é o resultado do crescimento de 21,6% na produtividade, que atingiu 3,5 toneladas/hectare, e da alta de 20% na área colhida, para 1,4 milhão de hectares. Nos últimos sete dias, o valor pago ao produtor caiu 4,5% no Rio Grande do Sul, 1,4% em Santa Catarina e 0,3% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas foram de 1,6% em Santa Catarina, de 1,3% no Rio Grande do Sul e de 0,3% no Paraná, mas com elevação de 0,9% em São Paulo.

As negociações de trigo e derivados ocorrem de forma lenta. Em relação aos farelos, as cotações seguiram direções opostas nesse período, com baixa de 0,7% no farelo ensacado, mas alta de 0,9% no valor do farelo a granel. As importações brasileiras de trigo atingiram 498,5 mil toneladas em dezembro/2022, avanço de 57,7% em comparação com novembro/2022 e alta de 12,4% em relação a dezembro/2021. O trigo chegou ao País com preço médio de R$ 1.794,17 a tonelada, queda de 11,1% no mês, porém, elevação de 11,3% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,72 milhões de toneladas. Do lado das exportações, o Brasil escoou 534,1 mil toneladas de trigo em dezembro. Em 12 meses (janeiro a dezembro/22), os embarques somaram 3,2 milhões de toneladas. Vale ressaltar que a balança comercial de trigo foi superavitária no último mês de 2022.

As importações de farinhas totalizaram 21,95 mil toneladas em dezembro/2022, aumento de 3,8% em relação ao mês anterior; contudo, com recuo de 13% frente a dezembro/2021. Já as exportações das farinhas somaram apenas 861 toneladas em dezembro/2022, redução de 48,9% frente às de novembro/2022 (1,68 mil toneladas) e inferiores às de dezembro/2021 (8,82 mil toneladas). Nos últimos sete dias, as cotações FOB Porto de Buenos Aires recuaram 1,6%, para US$ 374,00 a tonelada. A colheita de trigo atingiu 99,5% na Argentina até o último dia 04/01. Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago se desvalorizou 6,1%, caindo para US$ 7,43 por bushel (US$ 273,19 a tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Março/2023 do trigo Hard Winter cedeu 6,3% no mesmo período, a US$ 8,32 por bushel (US$ 305,71 a tonelada). A baixa foi relacionada à menor demanda pelo cereal dos Estados Unidos e à expectativa de alto volume exportado pela Rússia em janeiro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.