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09/Jan/2023

Preços do trigo cedem com a demanda mais fraca

O mercado de trigo no Rio Grande do Sul voltou a ter movimentação para venda ao exterior e consumo interno. Ainda assim, os preços cederam com a demanda doméstica mais fraca no verão. No Paraná, compradores e vendedores divergem sobre preços, e a negociação avança pouco neste começo de ano. No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, saem negócios para o mercado interno e para o mercado externo. Os preços pagos pelos moinhos são, em média, de R$ 1.450 por tonelada FOB com retirada imediata. Para a exportação, os valores praticados estão em R$ 1.600 por tonelada CIF Porto de Rio Grande com entrega ao longo do mês. Os preços caíram 6% em relação à semana anterior, mesmo com a alta do dólar, em virtude da demanda mais fraca. Neste período, sazonalmente, a indústria moageira fica mais lenta na aquisição do cereal em virtude do menor consumo de derivados de trigo durante o verão.

Com a colheita finalizada no Estado, a estimativa é de que 5,172 milhões de toneladas do cereal foram colhidas na safra. Deste total, 60% já está comprometido com vendas prévias. 3,3 milhões de toneladas já foram comercializadas, sendo que 2,2 milhões de toneladas devem sair pelos portos entre exportação e cabotagem e o restante - 1,1 milhão de toneladas - foi vendido para moinhos locais e de fora do Estado. A meta dos produtores é escoar 3 milhões de toneladas via portos, com a maior parte destinada à exportação. Ainda é viável alcançar essa meta porque a safra de soja só entrará na segunda quinzena de março, mas o produtor precisa voltar a vender para isso acontecer. A área de trigo em 2022 no Rio Grande do Sul foi 20% maior e somou 1.474.364 hectares, conforme a terceira estimativa da safra de inverno do Estado feita pela Emater-RS. A produtividade foi avaliada em 3.508 Kg/ha, 21,6% maior que a de 2021. O maior rendimento do Estado foi obtido na regional de Caxias do Sul, com 4.099 Kg/ha.

A produção estadual foi estimada em 5.172.718 toneladas, 45,9% acima das 3.545.796 toneladas da safra 2021. Os relatos de exportadores e moinhos apontam problemas no nível de proteína no trigo gaúcho, que teria um máximo de 12%, contra os 12,5% mínimos exigidos para o trigo soft. Isto causa um problema enorme para as tradings, que terão que ou renegociar o contrato, ou os preços ou até os destinos e vender para outro, ou simplesmente cancelar todo o processo. O resultado da panificação não é o mesmo de um trigo com 12% e outro de 12,5% de proteína. Tem que se acrescentar mais aditivos ou misturar com outro trigo mais forte, aumentando os custos de moagem. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam R$ 1.700 por tonelada para entrega em fevereiro e pagamento no fim de fevereiro, que é o valor pelo qual chegavam lotes do cereal gaúcho à região. Já os vendedores que possuem trigo tipo 1 em estoque pedem entre R$ 1.800 a R$ 1.850 por tonelada.

Os preços indicados para compra se mantêm em relação aos observados no começo da semana passada. Os compradores estão aguardando surgirem ofertas para liberar espaço nos silos com a chegada da safra de verão. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de trigo fecharam em baixa na sexta-feira (06/01). Os negócios foram influenciados por sinais de fraca demanda pelo grão norte-americano. As perdas foram limitadas pelo recuo do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos EUA mais atraentes para compradores estrangeiros. O vencimento março/2023 do trigo na CBOT recuou 3,25 cents (0,44%), para US$ 7,43 por bushel. Na semana, acumulou perda de 6,1%. Em Kansas City, igual vencimento do trigo duro vermelho de inverno perdeu 7,75 cents (0,92%), para US$ 8,32 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.