ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Dez/2022

Preços do trigo estão pressionados por maior oferta

A colheita de trigo caminha para a reta final em algumas regiões brasileiras. Até o fim de novembro, 86,6% da área nacional havia sido colhida, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Rio Grande do Sul, especificamente, além da possibilidade de produção recorde, agentes relatam que o cereal colhido apresenta boa qualidade. Diante disso, as negociações no Estado seguem mais intensas que nas demais regiões. A Emater-RS, inclusive, elevou a estimativa de produção de trigo no Rio Grande do Sul para 4,97 milhões de toneladas, um recorde, impulsionada pela maior produtividade, que deve igualmente ser recorde, de 3,41 toneladas por hectare, 6,2% acima da projetada em setembro deste ano. Até 1º de dezembro, 85% da área do Estado havia sido colhida. O trigo que ainda está no campo está em fase de maturação.

No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 98% da área com trigo já havia sido colhida até o dia 28 de novembro. Do que ainda está em campo, 74% estão em boas condições, e 26%, em médias. Em Santa Catarina, informações da Conab indicam que, até 26 de novembro, 62,3% da área havia sido colhida. Os preços do trigo registram recuo, influenciados pelas desvalorizações externa e do dólar e pela maior oferta do cereal, diante do avanço da colheita no Brasil. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) o valor apresenta baixa de 2,58% no Rio Grande do Sul, 2,4% no Paraná, e 1,53% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 1,30% no Rio Grande do Sul, de 0,66% em Santa Catarina, de 0,50% em São Paulo e de 0,39% no Paraná. Tomando-se como base dados da Conab, de 21 a 25 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 394,80 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,34, o cereal importado era negociado a R$ 2.109,48 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.824,80 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 370,78 por tonelada, o equivalente a R$ 1.981,10 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.594,02 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 20 dias úteis de novembro, as importações somaram 316,2 mil toneladas, contra 381,0 mil toneladas em novembro/2021. Em relação ao preço de importação, a média de novembro/2022 esteve em US$ 382,10 por tonelada FOB origem, 35,2% acima da registrada no mesmo mês de 2021 (de US$ 282,50 por tonelada). As cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 405,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou que 23% da safra de trigo da Argentina foi colhida até o dia 30 de novembro.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem desvalorização de 4,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,37 por bushel (US$ 270,89 por tonelada), o menor valor desde o final de agosto/2022. Na Bolsa de Kansas, o vencimento Dezembro/2022 do trigo Hard Winter acumula queda de 4,3% no mesmo período, a US$ 8,82 por bushel (US$ 324,08 por tonelada), o menor valor desde o início de setembro deste ano. A baixa externa está relacionada às quedas nas cotações do trigo exportado pelo Mar Negro, elevando a competição com o cereal de outros países, como os Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 27 de novembro, 91% das lavouras de trigo de inverno haviam emergido. Em relação às condições das lavouras, 34% estavam boas/excelentes; 40%, razoáveis; e 26%, ruins/péssimas, melhora em comparação à semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.