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29/Nov/2022

Tendência é de preços firmes para preços do trigo

A colheita de trigo no Brasil continua avançando e já ultrapassa os 70% da área destinada ao cereal, com destaque para o Paraná, um dos principais estados produtores, e onde os trabalhos de campo estão na reta final. Enquanto isso, na Argentina, a colheita ainda está no início. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 94% da área com trigo já havia sido colhida no Paraná até o dia 21 de novembro. Do que ainda está em campo, 76% estão em boas condições, 23%, em médias e apenas 1% está ruim. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS relata que, até o dia 24 de novembro, 78% da área do estado havia sido colhida. Do trigo que ainda está no campo, 21% estão em fase de maturação e apenas 1% está em enchimento de grãos. Em Santa Catarina, informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até 19 de novembro, 38,2% da área havia sido colhida. No País, a colheita soma 72,7% da área.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, por sua vez, relatou que 12,5% da safra de trigo da Argentina foi colhida até o último dia 23 de novembro. No campo, 52% das lavouras estão em condições regulares/ruins, 40%, normais e apenas 8%, boas/excelentes. Em relação à condição hídrica, 63% estão em áreas adequadas/ótimas e 37%, secas. No mercado interno, as divergências entre a qualidade dos produtos dos Estados da Região Sul disponibilizados no spot vêm resultando em queda nos valores ao produtor e em alta no mercado atacadista. No geral, a liquidez está maior no Rio Grande do Sul, que vem ofertando um trigo de melhor qualidade nesta temporada. Está chegando trigo do Paraguai no Paraná. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra queda de 1,63% no Paraná, 0,57% no Rio Grande do Sul e 0,52% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as altas são de 1,32% no Rio Grande do Sul, de 0,31% em São Paulo e de 0,16% em Santa Catarina. No entanto, há queda de 0,73% no Paraná. A valorização do favorece a paridade do cereal nacional. Tomando-se como base dados da Conab, de 14 a 18 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 400,30 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,35, o cereal importado era negociado a R$ 2.144,87 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.827,84 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 375,98 por tonelada, o equivalente a R$ 2.014,54 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.589,33 por tonelada na média do Estado.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro, o Brasil importou 191,71 mil toneladas de trigo, contra 381,03 mil toneladas em todo o mês de novembro de 2021. Os preços de importação registram média de US$ 392,90 por tonelada FOB origem, 39,1% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 282,50 por tonelada). As cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam recuo de 1% nos últimos sete dias, a US$ 414,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, no mesmo período, o contrato Dezembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem desvalorização de 3,5%, a US$ 7,75 por bushel (US$ 284,95 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Dezembro/2022 do trigo Hard Winter registra baixa de 1,3% no mesmo período, a US$ 9,22 por bushel (US$ 338,78 por tonelada). A baixa externa está atrelada às desvalorizações do milho, substituto na alimentação animal, e do dólar, que desfavorece as vendas dos Estados Unidos.

Além disso, o feriado de Ação de Graças (24/11), também influenciou os recuos externos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 20 de novembro, 87% das lavouras de trigo de inverno haviam emergido. Em relação às condições das lavouras, 32% estavam boas/excelentes; 35%, razoáveis; e 33%, ruins/péssimas, leve piora em comparação à semana anterior. Até o dia 17 de novembro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 10,28 milhões de toneladas, 2,2% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (10,51 milhões de toneladas). Na semana de 17 de novembro, especificamente, foram exportadas 279,9 mil toneladas, expressivos 64,2% acima da quantidade da semana anterior (170,4 mil toneladas) e 44,9% superior à registrada em período equivalente de 2021 (de 193,1 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Iêmen (80,0 mil toneladas), México (46,1 mil toneladas) e Japão (29,0 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.