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22/Nov/2022

Tendência de preços firmes no mercado doméstico

O acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro foi renovado entre Rússia e Ucrânia para os próximos 120 dias. Assim, apesar da guerra na região, a Ucrânia continuará a escoar internacionalmente o trigo e outros produtos agrícolas. Esse cenário pressiona os valores externos do cereal. Ressalta-se, contudo, que, na Argentina, maior fornecedora de trigo ao Brasil, a Bolsa de Rosário reduziu novamente a estimativa de produção da temporada 2022/2023 daquele país, para 11,8 milhões de toneladas. A produtividade deve ser a menor em 15 anos. Esse cenário preocupa moinhos brasileiros. No Brasil, após semanas em queda, as cotações do trigo estão em alta no mercado balcão (ao produtor). Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra aumento de 0,55% no Rio Grande do Sul e de 0,36% no Paraná, mas queda de 0,54% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 1,37% em São Paulo, de 1,27% no Paraná, de 0,85% em Santa Catarina e de 0,26% no Rio Grande do Sul.

A liquidez segue maior no Rio Grande do Sul, devido à melhor qualidade do cereal colhido em comparação ao do Paraná. No campo, a Emater-RS relata que, até o dia 17 de novembro, 52% da área do Rio Grande do Sul havia sido colhida. Do trigo que ainda está no campo, 43% estão em fase de maturação e 5%, em enchimento de grãos. Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até 12 de novembro, 10% da área havia sido colhida em Santa Catarina, 82% no Paraná, e 58,9% no País. Tomando-se como base dados da Conab, de 7 a 11 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 388,06 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,20 por tonelada, o cereal importado era negociado a R$ 2.020,59 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.849,61 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 364,34 por tonelada, o equivalente a R$ 1.897,11 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.618,16 por tonelada na média do Estado.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro, o Brasil importou 133,34 mil toneladas de trigo, contra 381,03 mil toneladas em todo o mês de novembro de 2021. Os preços de importação registram média de US$ 411,60 por tonelada FOB origem, 45,7% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 282,50 por tonelada). O contrato Dezembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 8,03 por bushel (US$ 295,14 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Dezembro/2022 do trigo Hard Winter tem baixa de 1% no mesmo período, a US$ 9,34 por bushel (US$ 343,28 por tonelada). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 13 de novembro, 96% das lavouras de trigo de inverno haviam sido semeadas, acima do mesmo período do ano passado (94%) e da média dos últimos cinco anos (93%). Destes, 81% já emergiram. Em relação às condições das lavouras, 32% estavam boas/excelentes; 36%, razoáveis; e 32%, ruins/péssimas, leve melhora em comparação à semana anterior.

Até o dia 10 de novembro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 9,9 milhões de toneladas, 4% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (10,3 milhões de toneladas). Na semana de 10 de novembro, especificamente, foram exportadas 76,4 mil toneladas, quantidade 58% menor que a da semana anterior (181,9 mil toneladas) e expressivos 80,9% abaixo da registrada em período equivalente de 2021 (de 400,2 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Filipinas (40,38 mil toneladas), México (21,45 mil toneladas) e Colômbia (12,65 mil toneladas). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, por sua vez, indicou que 10% da safra de trigo da Argentina foi colhida até o dia 16 de novembro. No campo, 56% das lavouras estão em condições regulares/ruins, 36%, normais e apenas 8%, boas/excelentes. Em relação à condição hídrica, 56% estão em áreas adequadas/ótimas e 44%, secas. As cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço 0,2% nos últimos sete dias, a US$ 418,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.