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14/Nov/2022

Preço do trigo está sustentado no mercado interno

O mercado interno de trigo está se comportando de forma díspar nas principais regiões produtoras e consumidoras do País. No Rio Grande do Sul, que está colhendo a produção atual, moinhos e produtores estão ativos na comercialização. No Paraná, o desacordo quanto ao preço entre vendedor e comprador limita o fechamento de novos acordos. Em São Paulo, um dos principais polos da indústria moageira, a liquidez é alta, com moinhos se abastecendo de trigo do Paraná. No Rio Grande do Sul, o mercado está bem aquecido. Volumes expressivos rodam tanto para mercado interno quanto para exportação. Acordos são firmados entre R$ 1.550,00 e R$ 1.650,00 por tonelada FOB para retirada imediata no interior. O dólar mais forte na semana passada sustentou os preços, mesmo com a entrada da safra. Na região da Serra Gaúcha, bons volumes têm saído nos últimos dias.

Os produtores estão aproveitando para vender porque o preço está competitivo e há tendência natural de que a colheita avance e a cotação recue, a não ser que o dólar suba. Os preços variam de R$ 1.670,00 por tonelada CIF no disponível em moinho da região a R$ 1.750,00 por tonelada colocada no Porto de Rio Grande. Entre 38% e 40% da safra de trigo do Estado já foi colhida. Até então, a produtividade vem excelente, garantindo médias gerais de no mínimo 3.600 quilos por hectare. De qualidade há um mosaico de situações, de trigos excelentes, medianos a fracos, mas os problemas de qualidade são apenas pontuais. Há reportes de glúten baixo, proteína até 14% abaixo da temporada passada e cor abaixo do esperado. No Paraná, o mercado está mais devagar, em meio à falta de acordo entre vendedores e compradores.

Os produtores insistem em valores entre R$ 1.750,00 e R$ 1.900,00 por tonelada FOB no spot, enquanto os moinhos indicam entre R$ 1.800,00 e R$ 1.850,00 por tonelada CIF. Os moinhos de São Paulo estão ativos nas compras. Eles têm recebido cereal do Paraná a R$ 1.850,00 por tonelada CIF e trigo de São Paula a R$ 1.950,00 por tonelada CIF. O trigo do Rio Grande do Sul é mais vantajoso em preço, mas há gargalo logístico para chegar até São Paulo. Há preocupação com a baixa disponibilidade de trigo argentino. No momento, as compras estão andando, mas em março pode não haver mais cereal argentino para ser importado, com a quebra de mais de 8 milhões de toneladas na safra local. Será necessário recorrer a trigo dos Estados Unidos e do Canadá, mesmo com maior custo. A cautela é compartilhada pelo setor moageiro da Região Norte do País, que tradicionalmente importa mais cereal do que consome o proveniente da Região Sul do País pelos entraves logísticos.

A percepção é de que vai faltar trigo argentino e o setor terá que comprar mais cereal dos Estados Unidos e da Rússia. Talvez seja necessário se discutir aumento da cota, hoje de 750 mil toneladas, isenta de imposto de importação (TEC). A StoneX vê cenário de preços mais estáveis no mercado doméstico até o fim deste ano. No Rio Grande do Sul, as cotações dependerão muito ainda do dólar e da capacidade de exportação do Estado. Se houver uma variação brusca, pode influenciar os preços locais. O Brasil deve colher 10,6 milhões de toneladas de trigo na safra atual A maior parte da produção, 5,4 milhões de toneladas, deve vir do Rio Grande do Sul, principal Estado produtor da cultura. O Rio Grande do Sul ainda não tem problemas de produtividade na safra, mas está com a colheita atrasada. O Estado colheu cerca de 30% da área semeada, enquanto deveria estar em mais da metade da área colhida como foi nas temporadas anteriores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.