ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Nov/2022

Perspectiva do mercado global de trigo 2022/2023

Segundo a StoneX, a safra global de trigo 2022/2023 deve ter a menor relação entre estoque e uso dos últimos 15 anos, (o menor desde 2007). Demorou 15 anos para formar estoques e eles foram derrubados em 2 anos. Estoques não garantem passar com tranquilidade de uma safra para outra, mas trazem conforto para o mercado. Com estoques baixos, preços se tornam mais instáveis. A relação entre estoque e uso deve ficar em déficit em 12 milhões de toneladas no ciclo 2022/2023 e a produção tende a encolher 4 milhões de toneladas ante o ciclo 2021/2022. Com estoques globais baixos, os preços internacionais seguem instáveis. Estoque baixo traz maior variação de preços, entre 20% e 40%. A reorganização geopolítica pode levar preços a cenário incerto por muito tempo.

De um lado, há guerra e sanções e de outro, combate à inflação. O cenário internacional é altista para os preços de trigo. A principal incógnita ainda é Rússia e Ucrânia. Além disso, ainda há problemas logísticos e oferta apertada. O custo de produção muito elevado no mundo todo deve limitar a expansão da oferta. O clima no Hemisfério Sul também é indefinido. Do lado dos fatores baixistas para os preços globais, pode-se citar a exportação de cereal do Mar Negro com eventual extensão do acordo de exportações, a recessão e a inflação mundiais que podem frear o consumo, a redução da taxa de exportação da Rússia e a exportação brasileira. São fatores que podem trazer um pouco de alívio para os preços. Sobre a situação de Rússia e Ucrânia, o corredor marítimo aberto entre os países para escoar a produção ucraniana é um dos principais pontos de incertezas do mercado de trigo para 2023.

O corredor tende a continuar, mas ainda é incerto se haverá normalidade do fluxo. A Ucrânia tem exportado volumes prometidos e deve alcançar as 10 milhões de toneladas até o fim da safra. Já exportou 2 milhões de toneladas em outubro e deve exportar outros 2 milhões de toneladas em novembro. O avanço significativo das cotações internacionais do cereal nos últimos anos não se deve somente à guerra entre Rússia e Ucrânia e advém desde às quebras das safras anteriores nos principais players produtores. Em meio ao conflito, os preços atingiram a máxima de US$ 450,00 por tonelada, recuando posteriormente para cerca de US$ 350,00 por tonelada após o acordo de exportação entre Rússia e Ucrânia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.