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08/Nov/2022

Tendência é de queda nos preços internos do trigo

O avanço da colheita de trigo no Rio Grande do Sul vem resultando em queda de preços no Estado. Há negociação de trigo com destino ao Paraná, devido à melhor qualidade do cereal. A Emater-RS relata que, até o dia 3 de novembro, 12% da área do Rio Grande do Sul havia sido colhida. Do trigo que está no campo, 62% estão em fase de maturação; 25%, em enchimento de grãos; e 1%, em floração. Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até 29 de outubro, 8% da área havia sido colhida em Santa Catarina, e 40%, no País. No Paraná, a colheita havia alcançado 72% da área até o dia 31 de outubro. Das lavouras que ainda se desenvolvem, 64% apresentavam condições boas; 31%, médias; e 5%, ruins, novamente uma melhora em comparação à semana anterior. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor), registra recuo de 2% no Rio Grande do Sul, mas avanço 0,62% em Santa Catarina e 0,44% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 3,06% no Rio Grande do Sul, de 0,85% em Santa Catarina e de 0,15% no Paraná, com alta de 0,32% em São Paulo. A desvalorização do dólar reduz a paridade de importação, o que favorece as compras externas. Contudo, na Argentina, maior fornecedora de trigo ao Brasil, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires diminuiu novamente a projeção da safra nacional do cereal, em 1,2 milhão de toneladas frente ao relatório anterior, para 14 milhões de toneladas. Em relação à temporada passada (que somou 22,4 milhões de toneladas), a queda na produção argentina é de significativos 37,5%. No campo, 54% das lavouras argentinas estão em condições ruins; 37%, regulares; e apenas 9%, boas/excelentes, piora em comparação à semana anterior, devido a geadas.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em outubro/2022, chegaram aos portos brasileiros 297,6 mil toneladas de trigo, baixa de 20,3% em comparação com setembro/2022 e recuo de 42,5% em relação a outubro/2021. O trigo chegou ao País com preço médio de R$ 2.187,18 por tonelada, queda de 4,1% no mês, mas alta de 42,5% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,73 milhões de toneladas. Do lado das exportações, o Brasil escoou apenas 399,58 toneladas de trigo em outubro. Em 12 meses (de novembro/2021 a outubro/2022), os embarques somaram 3,14 milhões de toneladas. De janeiro a outubro de 2022, foram exportadas 2,6 milhões de toneladas. As importações de farinhas em outubro/2022 totalizaram 19,85 mil toneladas, baixa de 6,5% em relação às do mês anterior e 28,5% inferiores às de outubro/2021.

As exportações das farinhas somaram apenas 696 toneladas em outubro/2022, redução de 9,7% frente às de setembro/2022 (770 toneladas), mas superiores que às de outubro/2021 (336 toneladas). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam baixa de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 414,00 por tonelada. O contrato Dezembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem valorização de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 8,47 por bushel (US$ 311,49 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Dezembro/2022 do trigo Hard Winter tem avanço de 3,1% no mesmo período, a US$ 9,53 por bushel (US$ 350,26 por tonelada). A alta está relacionada à redução da estimativa da safra argentina, às condições das lavouras dos Estados Unidos e à possibilidade de a Rússia aderir ao acordo de exportação de grãos por meio do Mar Negro.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 30 de outubro, 87% das lavouras de trigo de inverno haviam sido semeadas, acima do mesmo período do ano passado (86%) e da média dos últimos cinco anos (85%). Destes, 62% já emergiram. Em relação às condições das lavouras, 28% estavam boas/excelentes; 37%, razoáveis; e 35%, ruins/péssimas, muito pior às do mesmo período da safra anterior. Até o dia 27 de outubro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 9,64 milhões de toneladas, apenas 0,2% inferiores ao volume escoado no mesmo período do ano passado (9,66 milhões de toneladas). Na semana de 27 de outubro, especificamente, foram exportadas 137,08 mil toneladas, quantidade 2,8% maior que a da semana anterior (133,93 mil toneladas) e 4,9% acima da registrada em período equivalente de 2021 (de 130,72 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Somália (44,83 mil toneladas), México (28,94 mil toneladas) e Taiwan (26,35 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.