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08/Nov/2022

Preços estão pressionados pelo avanço da colheita

A negociação de trigo no Rio Grande do Sul começa a ganhar força com o avanço da colheita. O trigo do Estado estava abastecendo inclusive os moinhos do Paraná, que encontravam dificuldade de originar o cereal tipo 1. A safra do Paraná teve sua qualidade prejudicada pelo excesso de chuvas. Na região de Ijuí, o ritmo de movimentação é intenso com a entrada da nova safra do cereal. Cerca de 140 mil toneladas rodaram entre compras da indústria moageira e de tradings. Os moinhos dominaram o cenário nestes últimos 20 dias e com ofertas em paridade com exportação. Aproximadamente 15% da safra nova do cereal já foi vendida entre exportação e consumo interno. Apesar da comercialização aquecida, os preços pagos pelo cereal recuaram com o avanço da colheita no Estado. Lotes giram em torno de R$ 1.570,00 por tonelada FOB interior, para retirada imediata, ante R$ 1.730,00 por tonelada visto no início da semana anterior e R$ 1.690,00 por tonelada do fim da semana passada nas mesmas condições.

O mercado vem cedendo por pressão de venda. Há uma queda de aproximadamente 12% em 17 dias, ante R$ 1.780,00 por tonelada no spot em 18 de outubro. Para exportação, a indicação de compra é semelhante ao valor oferecido por moinhos com adicional de frete para entrega no Porto de Rio Grande (RS). Cerca de 1 milhão de toneladas de trigo do Rio Grande do Sul tenham sido comercializadas ao mercado externo. Volume à frente de igual período do ciclo passado. Até o momento, a perspectiva para o Estado é de uma safra muito boa, estimada em pelo menos 5 milhões de toneladas. Com 15% da safra colhida, vemos rendimentos em média de 3.600 Kg por hectare. A área foi atualizada para 1,458 milhão de hectares. Conforme a Emater-RS, a colheita de trigo da safra 2021/2022 no Rio Grande do Sul alcançou 12% da área plantada. A retirada do cereal avançou especialmente na região oeste do Estado.

Embora tenha evoluído, a colheita está atrasada em relação à média das últimas cinco temporadas, que é de cerca de 60% em igual período do ano. Os fatores para essa demora foram a semeadura mais tardia e uma desuniformidade na maturação das lavouras. Segundo o boletim, 62% das lavouras plantadas encontram-se em fase de maturação. A cultura do trigo apresenta excelente potencial produtivo e evoluiu mais rapidamente para a finalização do ciclo no Rio Grande do Sul. No Paraná, na região dos Campos Gerais, não têm surgido ofertas de trigo tipo 1 e, pelo pouco volume apresentado no mercado, os vendedores indicam R$ 2.000,00 por tonelada. Contudo, começa a chegar trigo do Rio Grande do Sul em moinhos do Paraná a R$ 1.850,00 por tonelada, para pagamento em dezembro e R$ 1.900,00 por tonelada, para pagamento em janeiro. Os compradores indicam esses valores para adquirir lotes na região.

O mercado está travado. Quem comprou vai tentar puxar esse preço para baixo. Na semana passada, com ainda menos ofertas, o trigo tipo 1 tinha comprador entre R$ 2.000,00 e R$ 2.100,00 por tonelada. Muitos vendedores, todavia, estã0 inseguros com relação à qualidade e preferem colher primeiro antes de negociar. Em outubro, 90% do trigo colhido ou mais era tipo 2 ou 3. O grosso da safra deve ser colhido nas próximas duas semanas. No Paraná, a colheita de trigo atingiu 72% da área. A proporção de lavouras em condições boas subiu para 64% (63% na semana anterior). O percentual em situação média aumentou de 29% para 31% e ruim caiu de 8% para 5%. A maioria das lavouras está em maturação (69%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.