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31/Out/2022

Preços do trigo firmes com as quebras no Paraná

As negociações de trigo no Paraná esbarram na escassez de ofertas do cereal tipo 1, após a redução de qualidade da safra em virtude da umidade excessiva. No Rio Grande do Sul, começam a surgir ofertas da safra recém-colhida, mas muitos vendedores preferiram aguardar o resultado das eleições antes de colocar lotes à venda. No Paraná, na região de Ponta Grossa, os moinhos indicam R$ 1.850 por tonelada para entrega imediata e pagamento em 30 a 40 dias. Contudo, não surgem lotes à venda. 80% a 90% do que foi colhido na última semana está com PH ou falling numner mais baixo porque recebeu muita chuva. Os produtores aproveitaram intervalos de tempo seco para começar a retirar os grãos dos campos. Para o trigo de qualidade mais fraca, há negócios por R$ 1.550 a R$ 1.580 por tonelada para entrega no Porto de Imbituba/SC em novembro e pagamento em meados de dezembro, o que representaria R$ 1.400 a R$ 1.430 por tonelada FOB Campos Gerais.

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, voltou a reduzir a sua projeção de produção de trigo na safra 2022, que está sendo colhida. O órgão passou a prever 3,567 milhões de toneladas, em comparação com 3,794 milhões de toneladas projetadas anteriormente. O volume, todavia, representa aumento de 11% ante a temporada anterior. No Rio Grande do Sul, há muita volatilidade, com preços entre R$ 1.800 a R$ 1.880 por tonelada. Saem negócios por esses valores para pagamento em janeiro no Porto de Rio Grande. Já estão surgindo ofertas da safra nova que começa a ser colhida. No Rio Grande do Sul, a cultura está evoluindo para o encerramento do ciclo, com predomínio do estádio de maturação em 46% das lavouras. A colheita alcançou 7% da área de cultivo, com atraso em relação ao ano anterior (30%) e a média das últimas cinco safras (41%).

Um dos fatores para essa demora se deve à semeadura mais tardia em sucessão às lavouras de verão, que foram ressemeadas após o período de estiagem do último verão, que, por sua vez, atrasou as colheitas. Outro fator é a desuniformidade na maturação das lavouras, que levou parte dos produtores a aplicarem herbicidas para uniformizá-la, e os produtos utilizados demandam um período de ação e de carência para a colheita. Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em baixa na sexta-feira (28/10). Os investidores aguardam que o acordo para o corredor de exportação de grãos no Mar Negro seja renovado no mês que vem. Há relatos de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, planeja usar uma possível extensão do acordo de grãos com a Ucrânia como moeda de troca na próxima cúpula do G20. O mercado também foi pressionado pela expectativa de chuvas em algumas áreas do sul das Grandes Planícies dos Estados Unidos que estavam mais secas. A região, responsável por boa parte da safra de trigo de inverno do país, vem sendo castigada por uma forte estiagem.

O vencimento dezembro do trigo na CBOT perdeu 9,25 cents (1,10%), caindo para US$ 8,29 por bushel. Em Kansas City, igual vencimento do trigo duro vermelho de inverno recuou 7,25 cents (0,78%), para US$ 9,25 por bushel. Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário reduziu para 13,7 milhões de toneladas sua projeção para a safra de trigo da Argentina na temporada 2022/2023. A estimativa representa redução de 1,3 milhão de toneladas ante a previsão da semana passada, de 15,0 milhões de toneladas. Caso se confirme, a produção será 40,4% inferior à de 2021/2022, de 23 milhões de toneladas. O corte na estimativa se deve a geadas e tempo seco em várias regiões. A estimativa de rendimento médio nacional é de 2.580 Kg/ha por hectare, 920 Kg/ha menos do que em 2021/2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.