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24/Out/2022

Preços do trigo em alta com as chuvas no Paraná

Após a perda de qualidade do trigo paranaense por causa das chuvas desde setembro, os moinhos aguardam a entrada no mercado da safra gaúcha, que começa a ser colhida. O trigo paranaense de qualidade inferior tem pedidas de venda, mas indústrias de ração e produtores de carne ainda dão preferência ao milho para alimentação animal. No Rio Grande do Sul, há pouco volume de trigo já colhido e, com isso, a negociação é lenta. Os moinhos no Paraná e Rio Grande do Sul começaram a se mobilizar para tentar comprar aquilo que está colhido. São relatados negócios pontuais por R$ 1.750 por tonelada posto nos moinhos do Estado, com pagamento de 30 a 45 dias. Para exportação, as indicações de compra subiram R$ 200 para R$ 1.800 por tonelada para entrega no fim de novembro e dezembro e pagamento em 10 de janeiro no Porto de Rio Grande. Se descontar R$ 130 por tonelada do frete até o porto é menos do que os moinhos estão começando pagar no interior.

No Rio Grande do Sul, até o momento a perspectiva é de quantidade abundante e excelente qualidade. Quem quiser farinha de boa qualidade vai ter que comprar a feita com trigo gaúcho. 5% da safra 2022 foi colhida, contra 12% há um ano e 24% na média de cinco anos. Já a safra catarinense está começando a ser colhida e os vendedores pedem R$ 1.750 por tonelada para embarque no armazém, enquanto a indicação de compra é de R$ 1.850 por tonelada posto no moinho. No Paraná, o trigo de qualidade superior tem comprador a R$ 1.805 por tonelada em Cambé e Ponta Grossa para entrega em novembro e pagamento no fim do mesmo mês. O trigo paraguaio chega a moinhos do oeste do Estado a R$ 1.800 por tonelada CIF. Para trigo ração, há ofertas a R$ 1.530 por tonelada por trigo ph 72 e R$ 1.500 por tonelada por trigo ph 75 e falling number 150 no oeste e norte do Estado. Para exportação, o problema é falta de janela para embarques, porque o milho deve concentrar a movimentação em Paranaguá até fevereiro e depois entrará a soja.

Para exportar por Imbituba (SC), as tradings indicam R$ 1.530 por tonelada para entrega em novembro e pagamento no começo de dezembro, mas esse valor não atrai vendedores. A maior parte da safra paranaense, a essa altura, foi prejudicada por excesso de umidade. As chuvas ocorrem há 30 dias seguidos no Paraná. Desde meados de setembro não parou de chover. Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo devolveram boa parte dos ganhos no fim da sessão e fecharam perto da estabilidade na sexta-feira (21/10). As cotações foram impulsionadas inicialmente pelo enfraquecimento do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais atraentes para compradores estrangeiros. O clima desfavorável na Argentina também deu suporte às cotações. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu pela segunda semana consecutiva sua estimativa para a produção de trigo no país em 2022/2023. A projeção foi cortada de 16,5 milhões de toneladas para 15,2 milhões de toneladas.

A nova previsão representa queda de 32% ante os 22,4 milhões de toneladas da temporada 2021/2022. O ajuste foi motivado por geadas que atingiram grande parte do centro e do sul da área agrícola. Em algumas áreas do centro, foram relatados danos como amarelamento de espigas, interrupção do enchimento de grãos e perdas adicionais de área. Esses fatores foram contrabalançados pela expectativa de que o acordo para o corredor de exportação de grãos no Mar Negro seja prorrogado. O presidente turco Erdogan foi citado dizendo que não vê obstáculos para estender o acordo da ONU que permitiu a passagem segura das exportações de trigo para fora da Ucrânia. O vencimento dezembro do trigo na CBOT subiu 1,50 cent (0,18%), para US$ 8,50 por bushel. Na semana, acumulou perda de 1,0%. Em Kansas City, igual vencimento do trigo duro vermelho de inverno cedeu 1,50 cent (0,16%), para US$ 9,48 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.